
Às vezes desperto e há um poema antigo. Como este, que retorna, certamente provisório, pelas frestas do todo dia.
Tristeza
é como parar
entre o necessário prosseguir
e a perdida identidade
é como fechar os olhos
e ouvir vozes concretas
de pedra e sangue
é como morrer
a inútil dimensão
que te encarcera
é como chorar invisíveis lágrimas
na crista das definitivas
ondas
é como sentir no rosto salpicos de mar
personalizados
em lágrimas
é como, em silêncio, dormir
e deixar que o poema
se escreva.
Nudez. Foto de MVítor. por Ana Cecília
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