Minha vida não entra em declínio
se a lua enlouquece.
Bastaria que aquele galho
do jardim suspenso
ferisse meu olho.
O silêncio além de moldar os seixos
serve como adubo às minhocas.
As palavras sem dono
são bem imperiosas.
Lépidas,
vibrantes.
Pelo menos juro
a mim mesmo
que a loucura
do meu sangue
não é doença.
Não ganho moedas de ouro
tampouco celebro a vida
com ópio e vinho.
Minha loucura não pertence
ao aperto do músculo enfadonho.
Se penso em reagir,
tolice.
Basta-me o sapato apertado.
Meu cansaço no final da noite.
Sozinho aprendo a rir de soslaio.
Minhas asas de fogo de molho.
Não uso água sanitária.
Agora é o detergente de cozinha
mais eficaz, denso, e ainda solta bolinhas.
Não as mesmas assopradas por meu filho.
Coloridas, se o sol bate no basculante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário