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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 13 de março de 2010

RECADO PRA SÃO JOSÉ - Por Mundim do Vale


São José, meu São José
Escute o recado meu,
Eu rezei cum muita fé
Mais por aqui num chuveu.
Se o Sinhô tá ocupado,
Preste atenção no recado
E arranje um ajudante.
Mande ele descê pra cá,
Mode vê seu Ceará
Cuma tá istravagante.

Se alembra aquela capela
Qui eu butei o nome seu?
Eu rezei foi muito nela
Mais nem um pingo chuveu.
Se São Pedo é seu amigo,
Faça um apelo sufrido
No nome desse fiel.
Amostre o nosso sofrê,
Prumode ele distrocê
As torneiras aí do céu.

Os pé de mi qui prantei
Já secou tudo no chão,
E agora eu tombém sei
Qui vou perdê meu feijão.
O meu arroz já tá mucho,
Já sinto um ronco no bucho
Num posso nem trabaiá.
Já tá chegando o seu dia,
Peça licença a Maria
E olhe pro Ceará.

Nosso povo quando ora
O Sinhô é o prifirido,
Mais agora a gente chora
Vendo o ligume perdido.
Mais se meu Santo subé,
O tamãe da nossa fé
Talvez quebre o nosso gái.
Mode nóis do Ceará,
Num pricisá saquiá
Nem a ninguém dá trabái.

Meu Santo nóis agradece
Se o Sinhô atendê,
O Ceará num isquece
De uma prece oferecê.
Se São Pedo é coerente,
Bondoso e eficiente
A você sei qui num nega.
Mais sem querê abusá,
Vá dipressa precurá
Esse Santo seu colega.

Não quero qui o Sinhô pense
Qui é nóis qui somo inzigente,
É pruquê o cerense
Já veve muito carente.
Nóis só pede a sua mão,
É pruquê o nosso chão
Tá quente qui nem braseiro.
Se meu recado chegá,
Faça o favo de oiá
Meu São José padroeiro.


Mundim do vale

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