Quanta loucura trazia no bolso.
Surpreendo-me agora
com a luz que escapa
do meu jeans surrado.
Sem chiabas
sem saquinhos plásticos
sem números de telefone.
Revela-se no meu jeans surrado
a minha alma atenta
que ouve música fm
com foninhos de ouvido.
Não há como meus inimigos
entrarem no meu coração.
O corredor longo
iluminado
assusta-os
queima-lhes as retinas.
Estamos sob uma frondosa sombra
eu e São Jorge,
seu cavalo (agora vejo) é um pégaso
pasta no meio-fio comendo aquela graminha.
São Jorge gargalha,
mostra seus dentes amarelos
iguais aos meus
e eu retribuo com um riso
de canto esquerdo de lábio.
São Jorge me diz
que é preciso a trégua
para que os inimigos entendam
que essa peleja é um jogo
não se deve sempre
pensar em ruínas
ou em vitórias.
Viver, digo eu,
é maravilhoso
quando no bolso
do velho jeans
só caem moedinhas
de dez centavos.
2 comentários:
Do meu coração tbém lavado
qual o teu bolso
descosturado
só pingam gotas
do amor partido
inteiro,
nunca divido...
E aquele olhar inquieto,
mentolado,
assusta com carinho,
meus dias compridos !
Meu amigo Domingos , você é Aleluia , nessa quinta-feira profana,
que eu desejo se transforme Santa !
Sacerdotisa,
somos todos santos
quando a coragem
nos comanda...
Carinhoso abraço.
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