Por Zé Nilton
A ginga das músicas desse paulista e excelente compositor brasileiro, chamado Pedro Walde Caetano, é tipicamente carioca. Chegou muito novo ao Rio de Janeiro e, a partir da década de 1940, inicia, como muitos, a vida de compositor no Rio de janeiro, centro por excelência das artes no Brasil.
Pedro Caetano passa para a História da MPB como um compositor de estilo simples, mas de composições em que realçam valores melódicos e harmônicos, resultando em contribuições à renovação da nossa música popular. O detalhe é que não teria vivido economicamente somente da música, fez mais de 400. Nunca abandonou o ofício de Calçadista, e morreu pobre, igualmente a muitos e grandes compositores brasileiros.
No Rio de Janeiro, Pedro Caetano se fez compositor e teve muitos parceiros, como Wilson Batista, Evaldo Gouveia, Guilherme Brito etc., sendo um deles – Claudionor Cruz – também paulista, seu parceiro predileto.
Remeto o leitor interessado em conhecer mais da vida e da obra do compositor Pedro Caetano para os sites informativos sobre a Música Popular Brasileira.
Enquanto isso, esperamos contar com a audiência do ouvinte, nesta quinta-feira, no Programa Compositores do Brasil, quando estaremos rendendo homenagens a Pedro Caetano, apresentando algumas de suas mais belas composições, como:
- Disse me disse de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Carlos Galhardo, gravação de 1945;
- Haja carnaval ou não- Francisco Alves (Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1945;
- O que se leva dessa vida, de Pedro Caetano, com Ciro Monteiro, gravação de 1946;
- É com esse que eu vou, de Pedro Caetano, com Elis Regina, gravação de 1972;
- O Samba agora vai, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e um Coringa, gravação de 1946;
- Eu brinco, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, com Francisco Alves, gravação de 1946;
- Botões de laranjeira, de Pedro Caetano, com Cyro Monteiro, gravação de 1942;
- A Dama de vermelho, de Pedro Caetano e Alcy Pires Vermelho, com Francisco Alves, gravação de 1942;
- Foi uma pedra que rolou, de Pedro Caetano, com Joel e Gaúcho, gravação de 1940;
- Onde estão os tamborins, de Pedro Caetano, com Quatro Ases e Um Coringa, gravação de 1947;
- Um juramento falso, de Pedro Caetano, com Pedro Caetano, gravação de 1964.
- Nova ilusão, Pedro Caetano, com Paulinho da Viola, gravação de 1972.
Quem ouvir, verá!
Programa: COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri
Todas às quinta-feiras, às 14 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Apoio: Centro Cultural Banco do Nordeste
2 comentários:
Nilton,
Realmente o acesso à informação na internet é algo especial. Mesmo quando ela se encontra apenas em papel, é possível achá-la através de sebos nos sistemas de busca.
Por isso a escolha do tema é central na comunicação. Ao escolher Pedro Caetano, você demostra isso. O compositor é bem conhecido, mas não se pode dizer que a maioria, mesmo dos tempos idos, o conheça. Ao pinçar este nome, você expões alguns dos mais belos sambas de então.
Especialmente tenho um carinho pelo Botões de Laranjeira. A letra é um instrumento, é quase uma cadência de samba. Assim como aquela "Nêga do cabelo duro..Qual o pente que penteia." Parece que se ouve um reco-reco no pente que te penteia.
Igualmente como a primeira estrofe que é o refrão do botões de laranjeira: Maria Madalena dos anzóis Pereira,
Teu beijo tem aroma de botões de laranjeira;
Mas, a Pretoria não é brincadeira,
Maria Madalena dos Anzóis Pereira.
A letra se encaixa tão bem na melodia que parece se torna o instrumento rítmico dela. Aliás aquela música sua (desculpe por não recordar o título) cujo personagem desfila pelas ruelas e bairros do Crato é algo assim.
Olá, amigo Zé do Vale.
É isto. Como lhe falei, a proposta do programa é falar, para o povo, sem rebuscamentos, a memória da nossa MPB. E quantas maravilhas, não é ?
Concordo com você. Tem música que já vem com batucada e tudo incluida na sua melodia. Botões de Laranjeiras é assim.
Aliás, a primeira letra da múisca foi censurada pelo DIPE, porque falava assim:
"Maria Madalena de Assunção Pereira"... e não se podia falar de nome de pessoas. Aí, você sabe, poeta acha sempre um jeito de encaixar tudo. Ao botar a palavra "anzóis", muito em volga, para falar de qualquer pessoa de quem não se sabe o verdadeiro nome, passou na censura do velho Getúlio.
A minha música chama-se "Via Crucis".
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