As mesmas bocas ainda balbuciam
Teu nome em silêncio, como um vício
Nas dores frenéticas da solidão
E a palavra repete-se em rimas no poema
E a cada dia as bocas vão falar
Jogando tuas sílabas, como partículas
Suspensas no ar.
São poemas em cascatas que ninguém lê
São quadros que ninguém quer mais ver
São camadas de amores que ninguém
Quer olhar.
O tempo como réstias, nesta valsa
Insiste em passar
Para por séculos não vê?
Repete-se teu nome por era
Desde quando teu nome era espetacular
Espeta a lua com estes versos
E ponha-a a sangrar. Pra que?
Para sorver este poema da noite
Que escorre denso na noite. Pra que?
Somente para poder esta noite
Te cortejar.
Foto: Flávio Martins
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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3 comentários:
Que lindo, Sávio !
O teu profundo lirismo
alcança outras paragens...
Forte abraço.
Oi Socorro. Voltando a postar um ou outro poema aqui de vez em quando. É bom estar entre vocês.Grande Domingos, obrigado pelo comentário.
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