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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 25 de junho de 2010

25 den Junho de 2001- por Ernesto

25 de Junho de 2001 – Perdíamos Milton Santos.

Tinha 75 anos e deixou um maravilhosa obra! Era graduado em Direito, mas desenvolveu trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação na geografia brasileira ocorrida nos anos 70.

Durante toda a vida buscou métodos e visões diferentes para encarar seus temas de estudo. Lecionou em diversas universidades mundo afora, no seu o exílio durante a ditadura militar no Brasil: Paris (França), Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Dar es Salaam (Tanzânia). Também lecionou na Venezuela e Reino Unido. Regressou ao Brasil em 1977, tendo trabalhado na Universidade Federal Fluminense e ingressando na Universidade de São Paulo em 1984.

Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Milton Santos foi o geógrafo brasileiro que maior reconhecimento alcançou fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, considerado o "Nobel" da geografia (este prêmio é conferido por universidades de 50 países).

Milton Santos foi dos poucos cientistas brasileiros que, expulsos durante a ditadura militar (naquilo que foi conhecido por "êxodo de cérebros"), voltaram depois ao país. Seu "passe" foi disputado por diversas universidades, que o queriam em seus quadros. 
Sua obra "O espaço dividido", de 1975, é hoje considerado um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.
Suas idéias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros.

Uma curiosidade que muito me indignou: no dia da sua morte, nenhuma linha nos jornais brasileiros e quase um silêncio absoluto no meio acadêmico, enquanto na Europa – principalmente na França e na Bélgica – houve um dia de luto e de debates em torno da obra do grande geógrafo!

Particularmente, seu livro que mais me impressiona e que tenho como "livro de cabeceira" é "Por uma outra globalização".

Ernesto

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