Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Livraria Católica - por Geraldo Lemos



Hoje, entro em uma loja. Tudo moderno, clientes que só se preocupam com preços, sem olharem as qualidades dos produtos expostos à venda, sem comentários nem preocupação de suas origens.

Olhei o aspecto do recinto, o linguajar deles, as ornamentações do prédio e a qualidade do que lhes eram oferecidos. Tudo moderno e exótico.

Parei, à porta, fechei os olhos, e meus pensamentos se voltam aos anos 60. Livraria Católica, símbolo de cultura e religiosidade.

Personagens presentes: Mons. Pedro Rocha, Mons. Feitosa, Pe. Néri, Dr. Ribamar Cortês, J. de Figueiredo Fi1ho, Dr. Irineu  Pinheiro, Pe. Antônio Gomes, Dr. Otacílio Macedo, enfim, a nata da cultura Caririense, sob o comando de seus proprietários, ilustres e intelectuais, José do Vale vernáculo, chegava a brincar com a gramática, tal o seu conhecimento de latim e português. Quem o conheceu o amou. Tinha uma resposta para tudo e um sorriso para todos.

A dupla Vieirinha e Zé do Vale, humildes e simples, parecia dois irmãos. Católicos fervorosos, forjaram suas personalidades, cultura e religiosidade no Seminário São José do Crato.

Os alunos os veneravam, os colegas de magistério os respeitavam.

Tive o prazer de conhecê-los e gozar da amizade dos dois. Como professor, eles tiravam minhas dúvidas e me orientavam, no desempenho das atividades do magistério.

É bom recordar. Sinto falta da Livraria Católica. Francamente, hoje não vejo um grupo tão seleto e culto como aquele que lá se reunia. Nesta loja com que me deparo, agora, sei que ainda ecoam os risos de Vieirinha, as palavras consoladoras de Zé do Vale e as vozes dos que os cercavam.

Geraldo Lemos




2 comentários:

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Valeu Geraldo!
sinto também muita falta da Livraria Católica. Aliás sinto também muita falta daqueles velhos tempos. Mas gosto também e muito dos tempos atuais.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Geraldo Lemos é uma Livraria Católica no sentido que ele deu àquela do passado. Um símbolo da cidade do Crato, não apenas de sua geração, pois quando uma cidade classifica seus quadros por geração, começou a perder a noção de si mesma. O Geraldo é isso, pensando nele, falando com ele, estamos igualmente com a cidade de Crato. Só não sei o que foi fazer em Sobral. Mas a vida é assim mesmo e eu estou aqui noutros paralelos e meridianos deste continente Brasil.