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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 1 de junho de 2010

O Boi Zebu e as Formiga - Patativa do Assaré

Um boi zebu certa vez
Moiadinho de suó,
Querem saber o que fez?
Temendo o calô do só
Entendeu de demorá
E uns minutos cuchilá
Na sombra de um juazêro
Que havia dentro da mata
E firmou as quatro pata
Em riba de um formiguêro.

Já se sabe que a formiga
Cumpre a sua obrigação
Uma com a outra não briga
Veve em perfeita união
Paciente trabaiando
Suas fôia carregando
Um grande inzempro revela
Naquele seu vai e vem
E não mexe com ninguém
Sem ninguém mexê com ela.

Por isto com a chegada
Daquele grande anima
Todas ficaro zangada,
Começaro a se acanha
E fôro se reunindo
Nas perna do boi subindo,
Constantemente a subi,
Mas tão devagar andava
Que no começo não dava
Pra ele nada senti.

Mas porém como a formiga
Em todo canto se soca,
Dos casco até a barriga
Começou a frivioca
E no corpo se espaiando
O zebu foi se zangando
E os casco no chão batia
Ms porém não miorava,
Quanto mais coice ele dava
Mas formiga aparecia.



Com esta formigaria
Tudo picando sem dó,
O lombo do boi ardia
Mais do que na luz do só
E ele zangado as patada,
Mais a força encorporada
O valentão não agüenta,
O zebu não tava bem,
Quando ele matava cem
Chegava mais de quinhenta.

Com a feição de guerrêra
Uma formiga animada
Gritou para as companhêra:
- Vamo minhas camarada
Acabá com o capricho
Deste ingnorante bicho
Com nossa força comum
Defendendo o formiguêro
Nois samo muito miêro
E este zebu é um só.

Tanta formiga chegô
Que a terra ali ficou cheia
Formiga de toda cor
Preta, amarela e vremêa
No boi zebu se espaiando
Cutucando e pinicando
Aqui e ali tinha um móio
E ele com grande fadiga
Pruqué já tinha formiga
Até por dentro dos óio.

Com o lombo todo ardendo
Daquele grande aperreio
O zebu saiu correndo
Fungando e berrando feio
E as formiguinha inocente
Mostraro pra toda gente
Esta lição de morá
Cronta a farta de respeito
Cada um tem seu dereito
Até nas lei naturá.



As formiga a defendê
Sua casa, o formiguêro,
Botando o boi pra corrê
Da sombra do juazêro,
Mostraro nesta lição
Quando pode a união;
Neste meu poema novo
O boi zebu quer dizê
Que é os mandão do pudê,
E estas formiga é o povo.

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