Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Até que enfim ! - Por Olival Honor



... diria minha santa mãe, ao tomar conhecimento do projeto de lei encaminhado ao Legislativo pelo Executivo, considerando a corrupção crime hediondo, sujeitos os envolvidos às penalidades do código. Até que enfim, minha mãe! Lembro-me dos bate-papos durante e depois do almoço lá em casa. Era vedado comentar banalidades. Proibido fala mal da vida alheia. Se alguém puxava o assunto, era logo repreendido: Quem falar mal dos outros não tem direito a sobremesa. Outra proibição rigorosa era o palavrão. Nem pensar! Dizer, então! O respeito era marca obrigatória de todas as atitudes, orais ou gestuais. Os nascidos nas décadas de 30 e 40 aprendemos que respeito é bom, qualificando o homem para um comportamento social e político, em toda e qualquer área, digno de alçá-lo às posições impostas pela vida. Aprendemos não só nas escolas, mas acima de tudo em casa, apesar dos precários meios educacionais da época, a maioria hoje considerados ineficientes, como a palmatória e ficar de joelhos sobre caroços de milho. Respeito não apenas no campo pessoal. Os pronomes de tratamento senhor, professor, doutor e outros que tais, eram usados por todos quando falando com dignitários de cada profissão. Seu Fulano e dona Sicrana antecediam o nome do chefe, quando este não tinha título universitário. Tudo com o respeito que se devia dispensar a quem quer que fosse. Hoje a dona de casa, por mais patroa que seja, por mais títulos que ostente, é tratada pelas empregadas domésticas pelo nome comum e ninguém estranha. Os tempos mudaram, os costumes também. Nós é que somos obrigados a aceitar.
Voltado à corrupção, não acredito que esse enquadramento judicial como crime hediondo seja aprovado pelo Congresso Nacional, com honrosas exceções um antro de corruptos que envergonha o País.
Nossa lei eleitoral não obriga os partidos a selecionar moralmente os candidatos a cargo eletivos. Todos são registrados sejam que forem, apesar do antigo brocado de natureza jurídica que diz: O que é de domínio público dispensa aprovação. Vem o registro, vem o voto irrestrito e muitos deles são eleitos sem se saber como nem por que votaram neles. Mesmo que, no Brasil, os corruptos sejam mais do que conhecidos, alguns até aplaudidos e outros justificados com o célebre rouba, mas faz. Porém, como processa-los e puni-los? Como? Quando? Por quem, se os responsáveis pelos partidos pertencem à mesma máfia e o eleitorado que os elege é movido pela máquina inconscientemente das mentes mortas?
Olival Honor

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