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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Centenário de Luiz Barbosa - por Norma Hauer


Em 7 de julho de 1910, nasceu, em Macaé, o cantor e compositor LUIZ BARBOSA, irmão do humorista Barbosa Júnior e do compositor Paulo Barbosa.
Bem antes de Moreira da Silva, criou sambas de breque, nos quais se acompanhava com seu instrumento "chapéu de palha".

Luiz Barbosa estreou no rádio, em 1931, no programa Valdo Abreu, na Rádio Mayrink Veiga. Esse programa foi, talvez, o primeiro montado no rádio, antes do famoso Programa Casé. Neste programa, ele também atuou.

Quando Cesar Ladeira assumiu a direção artística da Mayrink, deu a Luiz Barbosa a denominação de "Chevalier do Samba". Isso porque ele cantava de modo sinclopado, como o cantor e ator francês Maurice Chevalier, famoso na época.

Sua primeira gravação ocorreu no próprio ano de 1931,com "Meu Santo"; "Silêncio" (de Vadico, sozinho, sem seu companheiro Noel Rosa) e "Sou Jogador, de sua autoria.

Começou a fazer sucesso quando gravou, de Nássara e Orestes Barbosa, o samba "Caixa Econômica". Por causa desse samba, no Centenário de Orestes (em 1994) a Caixa Econômica apresentou, em sua agência no Boulevard, um "show" com composições de Orestes, ao qual compareceu, pela última vez aqui no Rio, o cantor Sílvio Caldas.

Bom, mas vamos a Luiz Barbosa. Sua carreira (e sua vida) foram curtas, mas ele gravou vários sucessos, como "Lalá e Lelé";"Risoleta";"Perdi a Confiança";"Já Paguei Meus Pecados"e duas inspiradas em ditos populares:"Quem Nunca Comeu Melado" e "Cadê o Toucinho?".
Na época áurea do Programa Casé havia uma drogaria no Largo de São Francisco, de nome "Drogaria Sul Americana", que fazia propaganda assim:"Ó, Ó, Ó Não!-A Drogaria Sul Americana é a mais barateira do Brasil". Utilizando esse anúncio, Luiz Barbosa gravou um samba intitulado "Oh, Oh Oh, Não!".

Foram dois os grandes sucessos de Luiz Barbosa:o samba de Braguinha e Alberto Ribeiro "Seu Libório" e o de Ari Barroso, "No Tabuleiro da Baiana ", em dupla com Carmen Miranda
O samba "Seu Libório" marcou muito sua carreira. Em todos os lugares onde ele se apresentava tinha de cantar "Seu Libório", chegando a ficar conhecido por esse nome.
Mas, por um desses motivos sem explicação que ocorriam no meio radiofônico, Luiz Barbosa não gravou "Seu Libório". Quem o fez, alguns anos, depois foi Vassourinha, outro cantor que viveu pouco.

No filme "Alô, Alô Carnaval" Luiz Barbosa aparece cantando "Seu Libório", sendo esse o único registro que se tem desse samba em sua voz.

Antes de gravar o samba "No Tabuleiro da Baiana", Luiz o cantava em um show no Teatro Carlos Gomes, para onde foi levado por Jardel Járcolis.

Esse samba ("No Tabuleiro da Baiana" ) que representou grande sucesso na voz de Luiz Barbosa em dupla com Carmen Miranda, "deu" seu nome ao abrigo que era o ponto final dos bondes da Zona Sul, ali entre a Avenida Treze de Maio e a Rua Senador Dantas.
Demolido após o fim do serviços de bondes aqui no Rio.

Como todo "bom farrista", de noitadas no bairro da Lapa, Luiz Barbosa adquiriu a doença então na moda: tuberculose e faleceu em 8 de outubro de 1938, com apenas 28 anos

Norma

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