Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

terça-feira, 17 de agosto de 2010

“Um só povo, uma só nação Cariri” - José Nilton Mariano Saraiva

Se, enquanto teoria, a criação da Região Metropolitana do Cariri conseguiu ludibriar muita gente, através da propagação de mentiras e devaneios mil, na prática, a partir do momento em que passou a ser operacionalizada, converteu-se em um colossal embuste, uma farsa sem tamanho, uma nua crua e indigesta realidade.
Fato é que, para camuflar a escolha de uma única cidade (Juazeiro do Norte) como receptora preferencial dos investimentos governamentais ao sul do Ceará (assim como o fizera com Sobral, ao norte), o Governo do Estado contou com uma legião de treinados e amestrados “multiplicadores” (deputados estaduais da sua base e secretários de Estado) que, hipócrita e irresponsavelmente, saíram às ruas a dourar a pílula, alardeando, difundindo e propagando as futuras benesses advindas da criação da Região Metropolitana do Cariri; só que, internamente, entre quatro paredes, já havia a determinação política em se evitar a pulverização dos investimentos governamentais entre as diversas cidades da Região do Cariri (desprovidas do “componente político”), centrando-os em uma só urbe, na ilusória (ou mafiosa) perspectiva que os benefícios fluiriam e se espraiariam entre as demais comunidades (naquela ocasião, alertamos aqui sobre o perigo da passividade com que aquela conversa mole passara a ser digerida, o que nos valeu diversos rótulos desabonadores: bairrista, conservador, retrógrado e tal).
Mas foi assim, verbalizando tal lorota (em alto e bom som), diuturnamente, e valendo-se de um pseudo “regionalismo” alavancador do progresso, que foram criados e passaram a operar em Juazeiro do Norte (e só em Juazeiro) o Aeroporto Regional de Cariri, o Hospital Regional do Cariri, a sede regional da Receita Federal, o campus regional da UFC/Cariri, a delegacia regional da Polícia Federal, a unidade regional da Receita Federal e tudo o mais que pudesse ser rotulado de “regional”, obstaculando qualquer tentativa de descentralização; tudo tinha obrigatoriamente que ser em Juazeiro (posteriormente, na esteira do prestígio chancelado pela preferência governamental, os empreendimentos privados foram apenas conseqüência). Quanto às demais cidades da região (inclusive e principalmente o Crato), ficaram a ver navios, a esperar por quem não ficou de vir, e tendem à estagnação absoluta, à involução, a virarem meros satélites errantes a vagar sem rumo e sem norte na órbita juazeirense.
O mais estapafúrdio nisso tudo é que, à época da criação da tal Região Metropolitana do Cariri, por deslavada conveniência política, falta de justificativa consistente para esconder o marasmo administrativo, ou mesmo na vã tentativa de justificar o injustificável, os (maus) cratenses, inclusive e principalmente suas atuais autoridades constituídas (que deveriam, sim, ser responsabilizadas pelo estágio a que chegamos), convencionaram e passaram a adotar o cretino bordão de que, como éramos “UM SÓ POVO, UMA SÓ NAÇÃO CARIRI”, o progresso e a aura desenvolvimentista viriam de forma equânime, igualitária, simétrica (e ai de quem ousasse pensar diferente).
Deu no que deu. E como o esvaziamento do Crato é notório e acachapante, hoje, hipocritamente, as mesmas autoridades e formadores de opinião que engoliram o bolo sem mastigar, que teceram loas àquela criminosa ação governamental, que se deixaram bovinamente estuprar intelectualmente, que se extasiaram com o canto da sereia, e que covardemente se omitiram em questões cruciais, posam de indignados, choram ante as câmeras, manifestam surpresa, reclamam do tratamento “desigual” a que foram submetidos Crato e as demais cidades da região.
Pura hipocrisia, deplorável jogo de cena, falsidade em estado latente.
E Juazeiro do Norte, que nasceu, cresceu e tonificou-se à sombra de um grande embuste, uma farsa grotesca (o tal do “milagre da hóstia”), continua adotando e valendo-se do mesmo heterodoxo “modus operandi”, da mesma estratégia suspeita de tramar na calada da noite, que o catapultou à condição de centro receptor de tudo que provém do poder central estadual (com a inestimável colaboração do “componente político”).
Quando vamos reagir ???

2 comentários:

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

CAro Mariano

Suas palavras aqui expostas, tão fortes e contudentes, são palavras de quem muito ama o Crato.
Como eu sonho com os pouco mais de sessenta mil votos dos cratenses sendo descarregados nos candidatos a governador que estão com menos de 1% nas pesquisas, em vez dos representantes dos partidos hegemônicos. Seria a melhor resposta dos cratenses aos atuais governantes e a tudo isso que se vê, o Crato sendo tratado sem o menor respeito. Pena que nossos eleitores não têm esse nível de cosnciência. Por isso mesmo o Crato vem sendo tratado sem o menor respeito.
Gostei demais do que você escreveu. E usando suas palavras "você matou a pau." Parabéns!

jose nilton mariano saraiva disse...

Carlos,
Agradecemos e temos consciência que nesse tema você e o seu irmão Pedro Esmeraldo são uns baluartes em defesa do Crato (quem dera tivéssemos mais gente pensando como voces).
De nossa parte, quando dissemos aqui que NUNCA VOTAMOS E JAMAIS VOTAREMOS (em circunstância alguma) nos Ferreira Gomes e Tassos Jereissatis da vida, nos meteram o malho, sem dó nem piedade (e isso só fez reforçar nosso posicionamento).
E não temos nenhum constrangimento em anunciar isso, publicamente.