As calçadas
- Claude Bloc -
As calçadas são as veredas do nosso cotidiano. São inevitáveis. Trafegamos por elas sem percebermos que elas nos dirigem quando nos dirigimos por elas. Algumas vezes tropeçamos em pedregulhos e pisamos em buracos, esbarramos em pessoas e mal percebemos que vivemos sentimentos no meio-fio.
Um belo dia a gente pára e tem a sensação de que todas as pessoas que um dia a gente amou, por algum motivo partiram, fizeram suas opções, seguiram seus caminhos. Olhamos para trás e uma longa calçada continua se estendendo fundindo-se com a paisagem lá onde a vista nem alcança mais e percebemos que o tempo não pára. As pessoas também seguem realizando seus projetos, amando, construindo coisas e vivendo a vida... mas essa calçada continua nos empurrando pra frente, não permitindo retornos.
Quem sabe um dia, em alguma esquina, nos venha a chance de mudar, de começar de novo, de fazer diferente, até a chance de encontrar um novo amor, alguém que (quem sabe?) possa percorrer essas calçadas conosco.
...uma hora dessas a gente vira numa dessas esquinas e sai cantando “amor febril pelo Brasil”.
Claude Bloc
3 comentários:
Claude, a aquarela tá muito bonita, fez da calçada algo que de fato tem a ver com toda a reflexão que fizeste.
Gostei muito.
Abraços
stela
Obrigada, Stela...
São flores de uma "quase madrugada"
Abraço,
Claude
Claude,
Bravo menina !
Preciso retornar a minha calçada novamente no colorido da sua aquarela.
Beijo !
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