Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 28 de novembro de 2010

De David para Dona Maria Olga


Há aproximadamente 12 anos, com a perda de meu avô (Candido Figueiredo), um amigo-irmão de meu Pai, Dr. Jose Flavio, conseguiu sintetizar em poucas palavras a sua vida. E em todos estes anos nós choramos a beleza desses versos, mesmo sem saber que hoje notaríamos neles algo a mais: a presença sombreada, porém muito forte e determinante de vovó em todas as estrofes, assim como em todas as fases da vida de vovô.
Ao pedir ao meu Pai que me lembrasse da seqüência dos versos que abraçam a lápide de meu Avô, para que eles me inspirassem a escrever algo sobre a minha avó, foi impossível não associá-lo ao jargão: "Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher."
Sendo assim, depois de confirmar a presença dela na vida dele, e a ausência dela nas nossas, percebi como ambos marcaram a todos com amor, e ouso fazer os meus acréscimos às palavras que tão bem descreveram a vida dos meus avós, aos quais deverei eternamente a criação do meu pai e, consequentemente, a minha própria e dos meus irmãos.
I-Como uma árvore, vivi as quatro estações...
Como meu avô poderia ter suportado viver as quatro estações sem a presença de sua mulher?
O que faria nas estações dos amantes (primavera) sem sua amada?
E quem, senão sua companheira, lhe confortaria no inverno da alma, onde lençóis e cobertas de nada adiantam? E que também lhe abrandou os verões...
Nenhuma duvida me restou de que foi minha Avó que o ajudou a viver as estações da sua breve existência.
II- Como um pássaro, subi píncaros e desci ao chão...
Meu Deus... Foram tantos os vôos, e tão doloridas as quedas.
Vejo o quanto forte foi a minha avó que tantas vezes deu a força necessária para que ele feliz fosse nas mais altas nuvens, sem nunca deixa-lo cair. NUNCA!
III- Como um rio, fluí manso e aos borbotões...
Ainda não sei como conseguiram fluir mansamente depois de terem vivido extremos, e com oito filhos. Hoje acredito ter sido a minha avó, como porto seguro, que agregou a família, e todos a confortaram com fé e resignação.
IV- O inventário dos sonhos, meu riso em seus corações.
Aqui faço um adendo à herança mais cobiçada do mundo, colocando nela também os nossos sorrisos.
Obrigado, Vovó! Que Deus a receba como a uma filha muito querida.
O neto David.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Parabéns, neto David.
Compartilho da sua emoção , integralmente !

Beijo carinhoso, no seu talento como cronista.

Liduina Belchior disse...

Socorro,

Que lindo e amoroso texto.Conheci muito Dona Maria Olga.E David descreveu lindamente sua "vó".
meninão, você já é um escritor.

Abraços carinhosos: Liduina.

Obs: Eu também tenho um filho chamado David, que quer dizer o amado. o esperado.