Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CORDEL PRA CORREINHA (1ª Parte) - por Ulisses Germano


Minha mãe costuma dizer que a "saudade é a presença do ausente". Francisco Correia Lima - o Correinha, é um amigo que vai estar sempre presente na minha vida. Sou eternamente grato a Abdoral Jamacaru: foi ele quem me apresentou Correinha pela primeira vez em 2004. Agora eu sei que Abdoral na sua larga vivência nesta cidade havia, naquele momento, me apresentado o coração do Crato! Quando Correinha partiu para a morada das estrelas, há dois anos atrás, escrevi em verso:

A poesia só nasce
No momento de nascer
Quero sair do enlace
Conjugando o verbo ser
Sendo amigo da amizade
E falar com propriedade
De um amigo pra valer

Este amigo é Correinha
Um filósofo poeta
Que fez das tripas a linha
Das cordas da lira reta
Nasceu em Farias Brito
No Crato deixou escrito
Seu objetivo e meta

O pife que ele tocava
Fez calar um passarinho
Que de longe observava
Cuidando bem do seu ninho
Quando o pife se calou
O passarinho cantou:
"Correinha é um canarinho!"

O que pouca gente sabe é que Correinha deixou uma semente: Eduardo, seu filho amado, que ele chamava carinhosamente de Gugu. Um dia Correinha partiu meu coração quando disse: "O que mais me entriste, Ulisses, é que eu não vou ver o meu filho crescer!" Correinha naquele momento talvez não soubesse com convicção e clareza que a vida é eterna: vida e morte fazem parte da mesma moeda! A gravação abaixo - do grupo que nós criamos chamado CRATETO - foi feita no Instituto Cultural do Crato . É a primeira formação do Grupo CRATETO: Correinha no no ganzá; Vinícius Pinho no pandeiro, Walesvik Pinho no triângulo e Eduardo - o Gugu, na zabumba confeccionada pelo meu pai cultural Mestre Aldenir; Ulisses na flauta transversal brincando de Jethro Tull. Observe a alegria da fisionomia de um pai vendo ofilho brilhando!
"Flautinha de pobre", era assim que Correinha chamava o pife, pífaro ou pífano, instumento que ele dominava com absoluta maestria e virtuosismo. Ele me ensinou a tocar no pífano a sua música Forró no Carriri que estará sempre presente no repertório do GRUPO CRATETO.


Corra, corra, Correinha
Dos que querem lhe esquecer
Você fez a sua parte
Os seus amigos vão ver
Teu viver foi flauteando
No pife folclorizando
A canção do amanhecer!


P.S. Quem ama não esquece, continua...


Ulisses Germano Leite Rolim

Um comentário:

socorro moreira disse...

Arrasou, meu caro Mano !
Pois não é que faltava você, no Cariricaturas?

Beijo.