Ser Transparente
- Claude Bloc -
As vezes me pergunto por que é tão difícil ser transparente... Quando falo “ser transparente” não é simplesmente e apenas ser sincero/a, não enganar os outros. É muito mais do que isso... É a pessoa ter coragem de se expor, de se mostrar frágil, de chorar, de ajudar, de se doar, de perdoar, de ser solidário/a, de falar o que sente...
Ser transparente é desnudar a alma e deixar cair as “máscaras”, baixar as armas, destruir os muros enormes que insistimos tanto em levantar... Ser transparente é ir à luta em busca de um sonho, é permitir que toda a nossa doçura, nosso amor, desabroche e até transborde.
O que podemos perceber é que infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. De um modo geral se prefere a dureza da razão à leveza que exporia toda a nossa fragilidade humana.
Muitas vezes preferimos o “nó na garganta” às lágrimas que vêm nos socorrer trazendo alívio. Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar diante da verdade e admitir que não sabemos de tudo, que temos medo.
Muitas vezes construimos uma “máscara” que nos distancia cada vez mais de quem realmente amamos e preferimos manter essa imagem que nos dá a sensação de proteção, mas que nos esvazia e nos dilacera. E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas porque somos como folhas secas, nos perdemos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar do tempo, acabamos por nos envolver num vazio frio e escuro e quando acordamos percebemos que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar: a doçura, a compreensão, o amor, a amizade, a doação, a solidariedade, o perdão, a ajuda...
E, no entanto, tudo isso pulsa e grita dentro de nós, só que já não temos coragem de mostrar, pois aprendemos que é mais fácil simplesmente dizer: “Você está me machucando, me magoando”.
Aprendemos, que ser fraco, é ser bobo, é ser menos. Mas, na verdade o que devemos fazer é deixar explodir toda a doçura que sentimos sem prender o choro, sem conter a gargalhada, sem esconder tanto o nosso medo, sem desejar parecer invencíveis. Simplesmente sendo transparentes.
Claude Bloc
Adaptação do texto de Rosana Braga
http://www.rosanabraga.com.br/index.php?pagina=artigos
Adaptação do texto de Rosana Braga
http://www.rosanabraga.com.br/index.php?pagina=artigos
3 comentários:
Claude,
Que bela adaptação do texto de Rosana Braga.
Estas reflexões em ser "transparente" mexeram comigo.
Como é importante de vez em quando este alerta.
Valeu mesmo !
Bom dia!
Edilma,
Muitas vezes encontramos respostas dentro de nós e de repente alguém já falou sobre isso...
Eis um texto que me tornou mais transparente (RISOS)
Abraço,
Claude
Edilma,
Você está certíssima: é você e Nina no maior papo! O lugar? A estradinha da Represa. Vindo da casa de Jaoquim Carlos.
A sintonia entre textos se dá quando a alma da gente está dolorida e/ou sensível e as palavras são as mesmas que a gente falaria numa situação parecida.
Abraço,
Claude
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