Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 8 de janeiro de 2011

Ser Transparente
- Claude Bloc -


As vezes me pergunto por que é tão difícil ser transparente... Quando falo “ser transparente” não é simplesmente e apenas ser sincero/a, não enganar os outros. É muito mais do que isso... É a pessoa ter coragem de se expor, de se mostrar frágil, de chorar, de ajudar, de se doar, de perdoar, de ser solidário/a, de falar o que  sente...

Ser transparente é desnudar a alma e deixar cair as “máscaras”, baixar as armas, destruir os muros enormes que insistimos tanto em levantar... Ser transparente é ir à luta em busca de um sonho, é permitir que toda a nossa doçura, nosso amor, desabroche e até transborde.

O que podemos perceber é que infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. De um modo geral se prefere a dureza da razão à leveza que exporia toda a nossa fragilidade humana.

Muitas vezes preferimos o “nó na garganta” às lágrimas que vêm nos socorrer trazendo alívio. Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar diante da verdade e admitir que não sabemos de tudo, que temos medo.

Muitas vezes construimos uma “máscara” que nos distancia cada vez mais de quem realmente amamos e preferimos manter essa imagem que nos dá a sensação de proteção, mas que nos esvazia e nos dilacera. E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas porque somos como folhas secas, nos perdemos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.

Com o passar do tempo, acabamos por nos envolver num vazio frio e escuro e quando acordamos percebemos que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar: a doçura, a compreensão, o amor, a amizade, a doação, a solidariedade, o perdão, a ajuda...

E, no entanto, tudo isso pulsa e grita dentro de nós, só que já não temos coragem de mostrar, pois aprendemos que é mais fácil simplesmente dizer: “Você está me machucando, me magoando”.

Aprendemos, que ser fraco, é ser bobo, é ser menos. Mas, na verdade o que devemos fazer é deixar explodir toda a doçura que sentimos sem prender o choro, sem conter a gargalhada, sem esconder tanto o nosso medo, sem desejar parecer invencíveis. Simplesmente sendo transparentes.

Claude Bloc
Adaptação do texto de Rosana Braga 
http://www.rosanabraga.com.br/index.php?pagina=artigos

3 comentários:

Edilma disse...

Claude,

Que bela adaptação do texto de Rosana Braga.
Estas reflexões em ser "transparente" mexeram comigo.
Como é importante de vez em quando este alerta.
Valeu mesmo !

Bom dia!

Claude Bloc disse...

Edilma,

Muitas vezes encontramos respostas dentro de nós e de repente alguém já falou sobre isso...
Eis um texto que me tornou mais transparente (RISOS)

Abraço,

Claude

Claude Bloc disse...

Edilma,

Você está certíssima: é você e Nina no maior papo! O lugar? A estradinha da Represa. Vindo da casa de Jaoquim Carlos.

A sintonia entre textos se dá quando a alma da gente está dolorida e/ou sensível e as palavras são as mesmas que a gente falaria numa situação parecida.

Abraço,

Claude