Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Das remessas por e-mail de Francini nos seus 16 anos

Este blog foi inventado por mulheres com a ajuda de dois grandes sujeitos do masculino pleno. Por isso não é demais postar o que tantos já fizeram. Ouso cair na mesmice, mas a verdade é que me tomo por referência, cada prato de arroz com feijão tem um sabor do dia. Mesmo fazendo o mesmo vôo lá:

Ana Kessler: Eu me habilito.

Minha cara botão de rosa, vestida em pensamento de mulher prosa.

Eu me habilito.

A jamais cobrar a costela que me roubaste.
Quando Gabriel expulsou-me do Paraíso,
levei-o comigo, um pedaço, feito tu.
Quando nossas vozes chorou no exílio de Nabucodonosor,
o doce canto era teu.

Prometo-te todas as estrelas,
a lua também,
quando tudo farei,
mesmo não indo além.

A minha natureza é cortar os galhos da floresta para que teu corpo trilhe solto.
Se teu semblante guerreiro afrontar-me flecha,
dos cabelos mover-me sequer uma mecha.
Quando presidires o congresso dos homens,
conduza-os com teu pleno instinto que gesta.

A decisão que nutre,
o outro que se cria,
nem maior e nem menor,
apenas como tu és.

Pois de outra mulher,
mesmo feminista,
o laço não se armou,
estava fora,
na produção.

A vida,
movida,
tangida,
subidas,
descidas,
saltos e atrasos resumira-se a meras jornadas.

Estiradas,
sulcadas feito disco gravado,
repetidas qual o passado que fala pelo presente.

Não esteve,
em ti e nem em outra,
a correia que move as engrenagens fabris.

Pois o maior dos erros é pensar em ti como parte duma caterpilar que esmagava,
Com as garras de suas esteiras,
como se este fosse um gesto de gênero,
feminino ou não.

Habilito-me a curtir o couro que tuas mãos soltam monções de artesanatos,
Secar a madeira que lentamente espelhará o formato incerto que teu corpo esconde.
A alma que faz brigadeiros,
papos de anjo,
toucinhos do céu,
ajoelhando-me por ti.

Como tanto a teu cérebro frenético ou aquele que recusa sair da cama.
Tanto ao teu corpo nu,
como à fantasia de extrair-lhe espartilhos e sutiãs.
Se algo confuso estou,
nem sempre se deva a papel teu,
pois paixão também entontece.

Seja o que fores,
o que ainda estar por vir,
ou jamais virá,
vivo porque és mulher.


Afinal sou apenas um José do Vale apaixonado por vocês.

3 comentários:

socorro moreira disse...

Eita, homem lindo !

socorro moreira disse...

O homem que sabe fazer, e achar !


Por falar em fazer, gostaríamos que postasse "Cratíadas". Pode ser ?

Claude Bloc disse...

UAU!!! Que mais poderia eu dizer diante de tanta beleza? Felizmente aqui somos livres para dizer o que queremos. Até as mesmices (o que não é o caso),as mais lindas, querem "estourar" na tela, MESMO!

Abraço de um VALE inteiro que adorou te ler.

Claude