Nem sempre é preciso fazer uma maratona. Palavras desaparecem com o tempo, novas são criadas. Fugimos do arcaísmo, renovamos palavras em desuso, mas o que fazer com essa saudade que nos desnuda, que nos acossa e, em contrapartida, não morre de velhice?
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Saudade é sempre uma recém-nascida que nos ronda e mesmo sob o impacto de novas tecnologias, e mesmo que surjam novas realidades de necessidades de comunicação, a saudade persiste.
Saudade é sempre uma recém-nascida que nos ronda e mesmo sob o impacto de novas tecnologias, e mesmo que surjam novas realidades de necessidades de comunicação, a saudade persiste.
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Estamos sempre inventando palavras, vivemos criando neologismos, mas esses já nascem com dias contados, para não dizer que são natimortos. As invenções lingüísticas são recorrentes no nosso dia a dia: palavras são deformadas, desintegradas, recompostas. Verdadeiras alquimias são processadas à revelia do tempo. Palavras decantam a história de nossa vida, mudam o rumo e a perspectiva de nossos sonhos... A saudade, porém, esta veio ao mundo para se eternizar, para se enraizar até ser absolvida pelo refluxo da vida, na nossa íntima “agonia”.
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Sentir saudade é uma escolha absolutamente inconsciente que desperta uma série de questões relevantes em nossos sentidos e se agrega invasiva em nossos ensaios idílicos. Portanto, para entender a saudade é necessário acompanhar de perto o raciocínio do poeta. É começar a fazer a distinção entre a pieguice e o sentimento da falta absoluta. A falta que se sente diante da ausência do outro ou de nós mesmos. A falta do nosso universo reflexivo. Da clareza dos nossos sentimentos.
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A saudade é sempre absoluta, (do nosso tempo ou lugar). Ela não busca quem a ouça, não escolhe quem a atenda, não subordina a quem a sente, mas é aquela que se propõe a vencer o tempo, programada para a vida eterna. É aquela que vai além das contingências e que busca a posteridade.
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A saudade é sempre absoluta, (do nosso tempo ou lugar). Ela não busca quem a ouça, não escolhe quem a atenda, não subordina a quem a sente, mas é aquela que se propõe a vencer o tempo, programada para a vida eterna. É aquela que vai além das contingências e que busca a posteridade.
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A saudade não morre, fica encantada.
A saudade não morre, fica encantada.
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Por Claude Bloc
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7 comentários:
Mesmo doendo, gosto da saudade que me encanta junto com ela.
Incrível esse texto. Arrasou, Claude Bloc !
Obrigagaduuuuuu!!!!
Você, com esse lindo texto, me fez lembrar uma trovinha dos meus tempos de escola:
"Essa palavra saudade
aquele que a inventou,
a primeira vez que a disse
com certeza que chorou."
Infelizmente não me lembro seu autor.
Um abraço
Claude: concordo em gênero, número e grau.
Linda saudade!
Claude,
Só sente saudade quem não tem a alma pequena.
E você sensível ,romântica e apaixonada pela existência ,tem deveras que sentir a saudade dos tempos...aquela saudade que não envelhece,como mesmo diz.
Saiba que "fechou" com esse texto.Está de parabéns!
E essa inspiração não tem hora para acontecer:pode
ser com os primeiros rais de sol;ou a noite ao luar.
Abração amiga:Liduina.
Seu texto está maravilhoso.
Saudade é "um pouco do amor que fica" - no dizer de uma menina ao se despedir da vida. Imagino que todos conheçam o texto que circula na internet e é ao meu ver, a melhor definição de saudade. Vc desenvolveu tão bem o tema que em certo momento me deu um arrepio... ah, como é maravilhoso ter do que sentir saudade. abraço, Anita.
Obrigada a todos pelo comentário.
Abraços,
Claude
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