Estudei o primeiro semestre daquele ano, no Colégio Sagrada Família , em Recife. No meio do ano, meus pais resolveram voltar para o Crato, e me rematricularam no Instituto São Vicente Férrer. Eu era veterana, mas cheguei como novata. Existiam na sala outras caras, outra professora, outros ares. Foi um momento de adaptação, e eu senti medo de perder o ano escolar , inclusive ! Mas lá estavam : Joaquim, Magali, Denise, Franceury...
Francíria e Walda eram rostos novos que em breve se tornaram amigos. Custei a equiparar-me à aprendizagem da turma, mas consegui . No final do ano, depois das provas finais, saiu o resultado:
O primeiro lugar - Walda Arraes;
O segundo foi de Magali;
O terceiro - Francíria, e eu fui a quarta colocada. Tínhamos concluído o terceiro ano do curso primário com a professora Lúcia Madeira.
Impossível esquecer os laços de cetim que enfeitavam a capa das nossas provas feitas em papel almaço.; os decalcos de gatinhos e cestinhos de rosas !
As meninas que estudaram comigo pensam que a vida toda fui a primeira da classe. Como vêem , isso nem sempre ocorreu.
Mas era um peso , uma responsabilidade grande demais, não perder o posto de primeiro lugar. Isso atrapalhou meus folguedos de menina, minha alegria na adolescência, minha disposição festiva. Sem dúvidas fui talvez , a mais apagadinha da turma. Com meus óculos de míope, cansados de queimar pestanas , saía e brincava pouco, e me perdia nos livros.
Ainda a pouco lembrando essa turma , exultei de alegria ao perceber que continuamos perto , na sua maioria. A convivência se estendeu durante o Ginásio, no Colégio Dom Bosco, onde passamos juntos por mais 7 anos.
Lá nos agrupamos à Stela, Graça Aragão, Vera Palitó, Regina Vilar, Rosineide Esmeraldo, Ione, Márcia, etc. Desse grupo, aqui no Cariricaturas já se reune uma boa parte, e isso me deixa feliz !
O conhecimento se unificou , aprendemos o tempo todo uns com os outros , e trilhamos o caminho da sabedoria , sabendo que é infinito, lento e difícil.
Parece que aquela turma tinha um destino comum: viver uma amizade fraterna - a verdadeira, a que nunca termina !
Fico pensando também no prodígio que é a nossa memória , quando guarda números, imagens, e sobretudo sentimentos !
Abraço com ternura os meus colegas de tantos anos, que ainda hoje estão na minha vida da forma mais inusitada e linda : parceiros de contos de vida !
socorro moreira
P.S. Guardo na memória a caligrafia de todos os meus colegas. A letra de Francíria me causava inveja ( linda !) ; Ninguém desenhava como Walda ( eu ficava bestinha ...) ; Ismênia Maia tinha uma letra linda e miudinha... A medida que vou lembrando as letras, vou lembrando o rosto de menina que todas tínhamos !
4 comentários:
Socorro,
Sua memória é fantástica!Lembro muito da simpatia de Lúcia Madeira e seu lindo cabelo preto e brilhoso enrolado para baixo. Padre Frederico beliscava nossa barriga e Walda saía correndo rindo com medo. Eu morria de medo, passava por longe.
Lembra das quadrilhas? Francíria era a noiva e Eugênio era o noivo.
Saíamos desfilando em cima das carroças. Lembra?
Abraços
Magali
Eugênio ( gordinho). Claro ! rs
Lembro das unhas compridas e bem pintadas de Dona Lúcia , e das blusas com palas de labirinto.
Lembro da letra de Dona lúcia, e o quanto era exigente. meu par era Antonio Luiz. Mas Franceury me pediu que eu trocasse, pois era com ele que ela queria dançar. troquei ! risos. Não me lembro com quem fiquei... Eu era calada, tímida, séria, triste , quieta, e chata !!!
Acho que estou ficando velha... A memória do passado está ficando cada vez mais clara !
Abraços.
Menina que menória essa sua!
FANTASTICO.
Parece ate que a gente esta dentro do salão dividido apenas por paredes imaginárias.Não sei explicar aquilo, seria a competencia das professoras que nós crianças ficavamos sentadinhas assistindo aquelas aulas sem nem olhar para os lados.
abraços
Maria Amélia
Magali, Amélia, companheiras de infãncia no Inst.S.Vicente, vcs teem as peças que completam o nosso quebra-cabeça de lembranças.
Cinco turmas antes de mim e Magali estava "Mélia" com Zélia, minha irmã.
Dona Anilda e Aldinha substituiam as paredes da disciplina e harmonia.
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