Com a primeira chuva
adubo a plantinha
da varanda.
Tenho cuidado
ao afastar as cadeiras
de palha:
as pernas longas
ferem
se triscam
na tênue haste.
Com a primeira chuva
alimento meu coração.
Deixo de lado
a espada,
a lança,
o escudo.
Peço a São Jorge
que se apiede
do dragão soturno.
(mas não o perca de vista)
Com a primeira chuva
olho para o teto
como quem olha
o céu das planícies
ansioso pelas nódoas
úmidas nuvens
fisionomias
das goteiras.
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