Mesmo morto
puxarei teu calcanhar
beliscarei teu braço
à força te acordarei
e te levarei à escrivaninha.
Lançarei (de um sopro)
papéis aos teus olhos.
Ditarei aos teus ouvidos
os versos do além.
Não haverá morte.
Mesmo dormindo
entrarei por tua alma
beberei do teu sangue
e te enviarei anjos
(laboriosos)
com tinta
e febre de poesia.
Não fujas do teu destino,
sombra minha
mesmo encantado
também estarás vivo
e seremos dois
a morder a língua
a ranger os dentes
afugentar o sono
dos últimos fantasmas.
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