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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sábado, 20 de novembro de 2010

Saudade desgovernada - Por Socorro Moreira- (Inspirada num poema de Aloísio)



Remédio pra saudade deveria ser vendido nas farmácias.
-Ei,tem pastilhas pra matar a saudade do hálito de alguém?
Tem pó de pele , antídoto da lembrança que ficou no peito?
Tem fitas adesivas de um lugarzinho, que o tempo transformou?
Tem um xarope complexo de tudo de bom
que a vida me doou?
Tem injeção pra curar a saudade dos bens perdidos,
que a danada da saudade, no lugar ficou?
E a vida responde :
"Saudade não mata, mas maltrata "
Bom é senti-la
Sentimento vivo de que estamos vivos.
Saudade, encha esse buraco de novos momentos,
traga todas as ausências, e se despeça da gente !
Volte qualquer dia
Qualquer dia,
nós a chamaremos....
Sentir saudades é viver o impossível...
O que se foi para sempre.
Saudade minha?
Brincar com os meus filhos pequenos....
Tomar um chope com um amigo ausente
Brincar com meu pai
uma partida de buraco...
Saudade da minha mãe, avós, avôs, e de mim mesma...
Quando usava uma lancheira,
e perguntava ao bicheiro:
-Vai dar carneiro?
"Vou pro Rio de Janeiro!"

8 comentários:

Aloísio disse...

Socorro,

Cada vez mais fico admirado de sua capacidade de escrever assim de imediato, você nasceu pra ser repentista.
Fiquei orgulhoso vendo meu texto servir de inspiração para você

Grande abraço
Aloísio

socorro moreira disse...

É... Não sou poeta. Gosto dos repentes ! Sacou tudo !

risos.


Acho que é uma forma lúdica de brincar com a poesia.
Um grande abraço, Aloísio!

Aloísio disse...

Socorro,

Teu texto me trouxe a lembrança da
letra "Carneiro", transcrita abaixo (ouvi muito nos anos setenta).

Abraços
Aloísio

Carneiro
(Ednardo / Augusto Pontes)

Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
Amanhã se der o carneiro
O carneiro
Vou m'imbora daqui pro Rio de Janeiro
As coisas vem de lá
Eu mesmo vou buscar
E vou voltar em vídeo tapes
E revistas supercoloridas
Pra menina meio distraída
Repetir a minha voz
Que Deus salve todos nós
E Deus guarde todos vós

Paloma disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paloma disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paloma disse...

Parabéns Socorro pelo texto,fico admirada com cada um que você escreve são esplêndidos,estou sempre dando uma olhadinha no Cariricaturas a procura de suas postagens.Sou sua Fã.

Grande abraço,Palloma.

socorro moreira disse...

Paloma,

Fico feliz com o seu interesse pelos meus rabiscos.
Acho que temos um elo afetivo em comum : Liduína !
Seja portanto bem-vinda à nossa tribo.


Abraços.

José Carlos Brandão disse...

Socorro,

parabéns pelo poema. Gostei mesmo. Vai dar carneiro? E a saudade desgovernada vira poema.

Socorro, o meu livro O Sangue da Terra está pronto. O coordenador editorial da SECULT Raymundo Netto disse que está muito bonito e deve estar mesmo (olha só, nem o autor não viu!) - e pediu-me para mandar uma lista dos amigos interessados e o nº de livros que quiserem levar. Ele deixará reservados com a secretária Tamyres. Você poderia ajudar-me? Gostaria que os amigos aí o conhecessem, vão gostar.
Se puder ajudar-me, mande-me um e-mail (jcmbrandao@gmail.com) com uma lista (lembro agora o Domingos, a Stela, a Claude, o Nico, que não poderia faltar, o Aloísio, mas poderia esquecer...) e alguma dica.

Abraço amigo.
Brandão.