Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

VAMOS BRINCAR DE POESIA?

Meu primeiro mar

A primeira vez que vi um mar foi na Ponta da Serra.
Foi quando o rio Carás deu uma grande enchente e
emendou com o riacho Correntim
cobriu as cacimbas da vazante,
as plantações de arroz, feijão e milho e
veio beijar os pés da ladeira
(escada para a casa do meu avô)
para pedir a benção do velho Zé Valdevino da Cruz.

No dia da enchente vovô tomou banho de chuva:
vovô amava a terra e a água
mesmo nas madrugadinhas mais frias
ele descia a ladeira e ia tomar seu banho na cacimba
água fria, água pura
batismo, benção.
(StelaSiebraBrito)

5 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

A Stela do zênite do céu,
seria pouco dizê-la d´alva.
Ilumina a noite de uma vida vivida,
ainda lá como a água fria da cacimba,
de quando existiam aqueles avós,
sua trilhas de ladeira abaixo,
o desmedido do aparente cotidiano,
as enchentes que nos inundam as lembranças de tudo o que vivemos,
nunca vivemos e ainda viveremos.

Aloísio disse...

Stela,

Seu poema me transportou para minha infância, sentindo o cheiro da terra molhada pela chuva.

Abraços
Aloísio

socorro moreira disse...

Senti a tua alma, ainda cheia da beleza e entusiasmo infantil.

Linda Stella !

Stela disse...

Zé do Vale:

que bom que minhas memórias suscitam teu poetar,
salpicado de ternura
da água fria da cacimba
das águas barrentas das enchentes
hoje tudo espelho
que reflete nossa estrada de caminhantes
buscadores
da mais cristalina Água.


Aluísio

Tu falas do cheiro da terra molhada...
A terra recebe a água da chuva, é um abraço de amor, de entrega, de fertilidade.
Te sou muito grata por compartilhar esse sentimento e me trazer, agora, o cheiro da terra molhada... fecho os olhos e toco o orvalho nas folhas, sinto a brisa da manhã.
Que benção me traz a natureza.

Beijos poéticos pra vocês.
stela

Zé NIlton disse...

Digo, entalado, só isso: corroboro com as observações do grande Zé do Vale!.