Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 26 de julho de 2009

Ascendentes e descendentes - Por João Marni


Uma das verdades dessa vida é que os avós são pais açucarados. Compete aos pais educar os filhos e aos avós cabe tudo, mas com tolerância máxima.
A regra é que os netos chegam na fase de nossas vidas em que estamos dormentes, exauridos por reclamar, apontar caminhos, - os guris preferem veredas, atalhos, - sonolentos ainda por noites mal dormidas num passado não distante, enfim, com o coração mais tolerante, mais contemplativo, ligado em coisas realmente mais importantes e belas, como observar o vôo dos beija-flores, o nascer e o por do sol, a luz do luar, um gesto de amizade...
Chegaram-nos lindos, apesar da miopia e da plesmiopia que já nos acometem.
Os avós e os netos são como arco-íris, onde a esquerda da parábola é a curva ascendente da vida e a direita a descendente, não menos bonita, ambas multicores e os extremos tocando o chão da inocência, juntos!
É por isso que os avós tratam os netos como coleguinhas de infância e aí haja traquinagens, boas gargalhadas e cumplicidade em tudo, até esconder dos titulares uma nota baixa na escola.
Estragamo-lhes os dentinhos com tantos doces que, se não nos impedem, ficariam ainda mais parecidos com a gente...!
A expectativa de vida atual permite-nos que sejamos bisavós ainda lúcidos. Lembro-me de meus quatro avós e cada um regou o meu coração com suas bondades. Faço a rima com saudade...
É assim que têm que ser os avós, lembrando que no final do arco-íris, não há um pote de ouro, mas algo muito mais valioso: um avô ou uma avó, loucos pelos netos!

Um comentário:

socorro moreira disse...

Meu avô paterno fazia as minhas mamadeiras pra que eu não adoecesse; balas de umburana , para livrar-me dos corantes
Partiu , quando eu tinha 7 anos. É uma das minhas mais ternas saudades.
Vovó Donana cantava pra me embalar; fazia bolos de goma pra gente merendar; conquistava nossos namorados e chorava quando a gente os magoava.

Vovô Alfredo e vovó Donana...Um dia eu morro em seus braços.

João Marni e Fátima , vocês já sabem da doçura de ser netos, e do prazer de ser avós.
Maria Alice e Breno são crianças privilegiadas !