Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 29 de julho de 2009

A LIBERDADE NO VOO DO SER



As sociedade modernas se apresentam como o modelo de liberdade e evolução. Os países ditos democráticos se dizem livres para planejarem, organizarem e executarem o plano diretor de seus projetos sociais, políticos e econômicos. Vivemos num mundo veloz, acelerado e desordenado. A cada dia que passa sabemos menos o que acontece a nossa volta. São tantas as mudanças nas decisões distantes que não sabemos que próximas decisões de fato devemos tomar hoje – e o que vai nos afetar amanhã quando acordarmos. A parte se perde num todo veloz, dinâmico e em transformação.

O dia de amanhã é uma incógnita que temos que contar na equação do tempo linear. O ontem já se foi agora e o amanhã é aqui sem percebermos o sentido de sua orientação. A terra gira sob o seu próprio eixo invisível: o homem gira em torno de sua capacidade de percepção indefinida. Tudo gira e tudo vibra num encadeamento sem fim. O sentido de valor final se confunde e nos confunde na grande maré de ondas de trabalho, produção e consumo utilitário. Acordamos com as buzinas dos carros e vamos dormir com a sensação de que o amanhã não será nada diferente e assim nada mudará de fato - já não ouvimos mais os grilos da noite estrelada! Então, nos questionamos: será que podemos mudar o eixo do tempo, das realizações e valores materiais – podemos voltar no tempo? Uma nostalgia bate em nossos corações.

Em princípio desejamos romper com o antigo para construirmos o novo. Mas, logo somos assaltados por impulsos de acomodação e nos sentimos presos à cultura como a raíz da árvore nas entranhas da terra; como a mosca que cada vez mais se enrosca na teia da aranha. Somos seres da terra e dela precisamos para sobreviver. O céu nos convida para a beleza do infinito desconhecido. Saimos com naves inteligentes pelo cosmo para sondar a vida além dessa vida terrena. Será que existe um mundo melhor do que esse? Se existe aonde encontrá-lo? Em que direção no infinito devemos buscar? A busca humana não tem fim. O que queremos descobrir: novas terras, novos espaços, novas fronteiras, novas verdades? O que precisamos de fato reconhecer? Já não basta sermos dotados de inteligência e sensibilidade? O que queremos acrescentar ao nosso modo de ver e ser?

Um vazio bate em nosso ser, um buraco negro se abre em nosso peito: a perspectiva da morte certa – que acontecerá um dia infalivelmente! Nos sentimos sós; nos sentimos uma pequena partícula numa dança de átomos na construção quântica da vida invisível. A posição e a certeza da velocidade de nossa trajetória errante nos são proibidas: uma ou outra. Conhecemos aquilo que queremos conhecer; vemos aquilo que queremos ver; descobrimos aquilo que queremos descobrir – com a ilusão de que tudo o que vemos é real. A realidade não nos é dada, mas permitida escolher entre várias possibilidades aparentes. O que escolhermos, seremos provavelmente: para o nosso bem ou para o nosso mal. Não existe padrão, não existe modelo, não existe fórmula, não existe mapa que mostre o verdadeiro caminho da iluminação da consciência – só incerteza e aprendizado nas várias quedas da alma!

Então, caímos em si: Não existe vida sem liberdade! Não existe igualdade sem unidade; não existe verdade sem a visão da totalidade! Ó natureza criadora porque somos criaturas tão complexas e indeterminantes! Enraizar a vida na terra material ou transcender numa “morte” (metanóia) da consciência em direção ao céu imaterial e sagrado? Então, vem a luta, o conflito e a crise interior: Quem somos nós? Quem sou eu?. E na crise o risco e a oportunidade de se reconhecer como parte fundamental de uma verdade e um propósito cósmico universal do Amor Incondicional!

A vida não é uma noite tenebrosa, mas um novo amanhecer e renascer de verdades e conhecimentos (“conaissance”) jamais ditas ou reveladas. É preciso voar mais Alto – em direção ao infinito - e lutar menos contra inimigos “visíveis”, para assim poder ver mais longe e compreender de fato o mistério da crise desse mundo e do ser.




Pois, segundo Richard BACH:

"Você conhece o provérbio, que é bem verdade: "Vê mais longe a gaivota que voa mais alto". As gaivotas que você deixou estão no solo, gritando e lutando umas com as outras. Estão a mil e quinhentos quilômetros do paraíso, e você diz que lhes quer mostrar o paraíso, de onde estão! Fernão, elas nem vêem a própria ponta das asas!" (Fernão Capelo Gaivota, p.101-102).

Então, só me resta - Graças a Deus! - falar, escrever, “voar” e ser quem sou: humano e cósmico!

2 comentários:

socorro moreira disse...

Ser cósmico - um desejo antigo...Aos poucos vou conseguindo !

Bernardo Melgaco disse...

sIM....SER CÓSMICO....LIVRE...E AMANTE DA VIDA!