Conta a mitologia que quando Plutão raptou Core, a filha muito amada de Deméter, a terra sofreu sérias conseqüências.
É que Deméter – deusa e mãe da terra cultivada – cheia de dor e revolta com a ausência da filha, retirou-se de suas funções, provocando na terra uma seca devastadora.
Foi assim que a história se deu: distraia-se a deusa Core e suas amigas ninfas, no meio de um campo florido, quando foi vista e, de imediato, amada por Plutão, que acabara de ser atingido por uma seta de Eros.
Ora, Eros apenas atendeu a um pedido da mãe Afrodite, desejosa de alargar seu império de Amor até o Hades.
Deméter recusou, a Plutão, permissão para casar com sua filha, mas o pretendente não desistiu e pediu ajuda ao Senhor do Olimpo. Zeus o aconselhou a aguardar uma ocasião propícia e Plutão suspendeu o assédio, enquanto arquitetava um plano.
E a oportunidade logo se apresentou, quando Core e suas amigas passeavam em um bosque de eterna primavera e águas cristalinas.
A filha de Deméter colhia lírios e violetas quando, extasiada, percebeu um magnífico narciso à beira de um lago. Debruçou-se para apanhá-lo, mas eis que de uma larga fenda aberta na terra surge, do abismo escuro, um carro de ouro conduzido por Plutão.
A moça é arrebatada pelo senhor do Hades, que a transporta para as profundezas do seu reino. Core grita pedindo socorro, na esperança de ser salva por Deméter ou talvez por seu poderoso pai Zeus. Mas a carruagem já mergulha no seio da terra e ganha o mundo das sombras. Core ainda grita. Deméter escuta. Corre para o local de onde veio o som, mas apenas vê a terra fechar-se sobre o rastro da filha.
Agora a deusa Core pertence ao sombrio Tártaro e nem seu nome pode conservar. Passa a chamar-se Perséfone.
Deméter, desesperada, vaga dias e noites à procura da filha. Sobe ao Olimpo, interroga, ninguém sabe. Procura o Sol, que tudo vê, e pede-lhe que revele quem raptou sua filha.
- Plutão a arrebatou para seu mundo, com o conhecimento de Zeus, respondeu-lhe o Sol. Irritada com os irmãos, Deméter abandonou o monte sagrado e suas funções divinas. Resolveu permanecer na terra até que lhe devolvessem a filha. Disfarçada de velha, dirigiu-se a Elêusis; aí é convidada pela rainha Metanira para cuidar do seu filho Demofonte.
A deusa deseja tornar o menino imortal e passa a realizar, diariamente, o ritual iniciático. Uma noite Metanira surpreende a deusa no ritual. Vendo o filho entre as chamas do fogo, grita desesperada.
Deméter interrompe o rito iniciático e surge em todo seu esplendor de deusa. Solicita, então, que lhe ergam um grande templo, onde ela, pessoalmente, ensinaria seus ritos aos seres humanos.
Depois, recolheu-se no interior do Santuário, consumida pela saudade da filha Perséfone. Tal era sua dor e revolta que se recusou a continuar protegendo as plantações e as colheitas. A terra estava estéril e as plantações morriam. A fome se alastrava.
Vendo que a ordem do mundo estava ameaçada, Zeus manda mensageiros a Deméter, pedindo-lhe que retorne ao Olimpo. Ela impõe a condição de devolverem-lhe a filha, para só então voltar ao convívio dos deuses e restabelecer a vida da vegetação.
Zeus pede a Plutão que devolva Perséfone. Plutão consente, mas antes de fazê-lo, o senhor do Hades, habilmente, induziu a esposa a comer uma semente de romã, o que a impedia de deixar a “outra vida”. Ela não conhecia a regra: quem comesse qualquer coisa no Tártaro, devia sempre retornar.
Chegou-se, assim a um consenso: Perséfone deveria passar com o esposo quatro meses do ano e as duas outras partes ficaria com a mãe e no convívio dos deuses.
Feliz com o retorno da filha, Deméter dirige-se para o Olimpo em sua companhia. A seus passos os campos ressecados umedecem e fertilizam-se. As flores voltam a desabrochar, toda a natureza fica em festa.
Antes de voltar ao Olimpo, porém, a augusta deusa ensinou todos os seus rituais ao rei Céleo e a seu filho Triptólemo. Estavam instituídos os Mistérios de Elêusis.
No Santuário de Elêusis a deusa é proclamada a “maior fonte de riqueza e alegria”. Recuperando, por dois terços do ano, a companhia de Perséfone, a deusa devolveu o grão de vida, que em sua dolorosa ira havia escondido.
Deméter, assim é a “Terra-Mãe, a matriz universal, a mãe do grão, e sua filha o grão mesmo do trigo, alimento e semente, que escondida por certo tempo no seio da Terra, dela novamente brota em novos rebentos”.
Stela Siebra
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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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2 comentários:
Deméter é a Imperatriz, no meu tarot.
A fertilidade, a comunicação, o feminino , a provedora dos afetos. A mãe que tira de si pra nutrir.
É o arcano nr.3. Na viagem do auto-conhecimento ela é a filha dos poderosos uns( entendimento e sabedoria). "Não há dois sem três diz o ditado".Essa é a ideia da frutificação, e expressão da totalidade.: a grande trindade..
A Imperatriz está relacionada com o Sal, o princípio passivo da natureza, que deve ser energizado com o enxofre, princípio ativo, para manter o equilíbrio giratório do universo.
"Respeitar a divindade é reverenciar a vida, pois não existe nada mais divino que a própria vida" (Osho Rajanesh)
Stela, colega, amiga ...Linda !
-Adoro esses assuntos !
Beijo
Deméter é a Imperatriz, no meu tarot.
A fertilidade, a comunicação, o feminino , a provedora dos afetos. A mãe que tira de si pra nutrir.
É o arcano nr.3. Na viagem do auto-conhecimento ela é a filha dos poderosos uns( entendimento e sabedoria). "Não há dois sem três diz o ditado".Essa é a ideia da frutificação, e expressão da totalidade.: a grande trindade..
A Imperatriz está relacionada com o Sal, o princípio passivo da natureza, que deve ser energizado com o enxofre, princípio ativo, para manter o equilíbrio giratório do universo.
"Respeitar a divindade é reverenciar a vida, pois não existe nada mais divino que a própria vida" (Osho Rajanesh)
Stela, colega, amiga ...Linda !
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