Mais uma vez, lembrando Francisco Alves.
Falei sobre ele em 19 de agosto, data de seu nascimento, mas quero relembrar o dia 27 de setembro de 1952, quando ele faleceu, de desastre automobilístico, na Rodovia Dutra, vindo de São Paulo.
No domingo, dia 28, todas as emissoras de rádio transmitiram só músicas cantadas por ele. Aguardava-se a chegada Seu Corpo, para o sepultamento no dia seguinte.
Manhã de 2 ª feira, 29 de setembro de 1952 ... Um féretro grande (o primeiro em que se usou um carro do Corpo de Bombeiros) atravessa as ruas do Rio de Janeiro, da Cinelândia (Câmara Municipal) onde seu corpo foi velado ( havia morrido queimado) até o Cemitério São João Batista acompanhado de uma multidão a pé cantando ...
"Adeus Adeus, adeus ...
Cinco letras que choram
Num prelúdio de dor.
Adeus, adeus, adeus,
É como o fim de uma estrada
Cortando uma encruzilhada.
Ponto final de um romance de amor.
Quem parte, tem os olhos rasos dágua
Ao sentir uma grande mágoa
Por se despedir de alguém.
Quem fica, também fica chorando
Com o coração penando
Querendo também partir "
Foi no velório de Francisco Alves que, pela primeira vez, a Câmara Municipal abriu seu salão para o velório de um cantor e também foi, o primeiro féretro realizado em um carro do Corpo dos Bombeiros, seguido com o povo a pé, até o Cemitério de São João Batista.
Foi algo inesquecível!
A forma como Francisco Alves morreu foi um choque para seus admiradores, que eram milhões.
Aqueles três dias, o sábado, o domingo ea segunda-feira transformaram o Rio na cidade de Francisco Alves.
Quando se esperava aquele momento em que ao soarem "os carrilhões dando como 12 badaladas, ao se encontrarem os ponteiros na metade do dia, os ouvintes se encontram com Francisco Alves, o Rei da Voz" (como uma locutora Lúcia Helena abria seus programas todos Domingos OS)
Naquele domingo, 28 de setembro de 1952, tal como outras foram badaladas: transformaram-se em um grande Requien.
... E a segunda-feira foi o adeus!
Norma Hauer
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