O Crato tinha índios
Rios limpos, muitas fontes
Mas veja o que a especulação fez !
Anda triste pelos cantos
Com as fachadas rachadas
Nas tradições rechaçadas
Da parede quyebrada
Do café Cinelândia
Embora tudo isso acontecendo
Por ar e graça de uma estética alienada
De um provincianismo tacanho e rústico
O Crato não perdeu o encanto
Que o desencanto de muitos
Ainda consegue enxergar
Pífanos de uma aldeia extinta
Reisado de águas passadas
Não quero me apronfundar
Quando cheguei o estrago estava feito:
Índios na praça enterrados
Relíquias dos Cariris roubados
Ruas de nomes adulterados
Rio transformado em canal
Sinhá D'Amora passando mal
A morte do sapoti de Pe. Lauro ...
Oh, Crato do Cariri !
Que ainda me faz sorrir
Com os amigos que construí
Faço agora um trato contigo
Não tenho saudade do antigo
Mas serei eternamente grato
Por ter comido no mesmo prato
De Correinha e Mestre Aldemir !
Ulisses Germano
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