Certo dia, em pleno expediente da agência bancária, onde eu trabalhava ( o BNB em Juazeiro do Norte), o empresário Antônio Corrêa Celestino chegou ao meu birô e me pediu:
– Você pode acompanhar-me até Crato? Tomé Cabral encontra-se no fim... As despesas com o tratamento médico dele são muito altas, e a família já está exaurida...
Acompanhei Celestino e vi o Sr. Tomé Cabral – um misto de bancário e intelectual – deitado numa cama hospitalar, em sua modesta residência, já inconsciente, recebendo todo carinho e atenção da esposa e familiares. Ao final da visita, Celestino entregou à esposa do enfermo um envelope com quantia considerável de dinheiro, retirada, momentos antes, de sua conta corrente pessoal, mantida na agência bancária, onde eu trabalhava. Ao sairmos da residência do enfermo, Celestino, com os olhos marejados, falou:
- É, seu Armando, veja como é a vida! Tomé Cabral já foi homem importante, quando exerceu elevadas funções no Banco do Brasil. Naquela época, sempre confiou em mim e nos meus empreendimentos. Dói vê-lo nessa situação... Considerei minha obrigação retribuir a atenção sempre recebida, há muitos anos, da pessoa dele, quando ele tinha prestígio...
Noutra ocasião, Celestino chegou ao meu birô, com o semblante preocupado. Perguntei a razão, e ele disse:
- Ajudo, vez por outra, uma paralítica residente em algum lugar da Rua Santa Luzia. Ela costuma mandar um portador procurar-me nas suas necessidades. Hoje, esse portador veio me pedir um televisor para a deficiente, na esperança de esse objeto minorar os dias monótonos daquela pessoa. Olhei minha conta e constatei já ter gasto muito este mês. Não atendi ao pedido. Quando o portador se retirou, pensei outra vez e saí com o motorista para localizar a residência dessa pessoa. Por mais que perguntasse, não encontrei. Fiquei triste, Armando, pois devia ter feito mais um sacrifício e comprado o televisor para a paralítica...
Era assim Antônio Corrêa Celestino. Um homem coerente! Um homem de bem!
– Você pode acompanhar-me até Crato? Tomé Cabral encontra-se no fim... As despesas com o tratamento médico dele são muito altas, e a família já está exaurida...
Acompanhei Celestino e vi o Sr. Tomé Cabral – um misto de bancário e intelectual – deitado numa cama hospitalar, em sua modesta residência, já inconsciente, recebendo todo carinho e atenção da esposa e familiares. Ao final da visita, Celestino entregou à esposa do enfermo um envelope com quantia considerável de dinheiro, retirada, momentos antes, de sua conta corrente pessoal, mantida na agência bancária, onde eu trabalhava. Ao sairmos da residência do enfermo, Celestino, com os olhos marejados, falou:
- É, seu Armando, veja como é a vida! Tomé Cabral já foi homem importante, quando exerceu elevadas funções no Banco do Brasil. Naquela época, sempre confiou em mim e nos meus empreendimentos. Dói vê-lo nessa situação... Considerei minha obrigação retribuir a atenção sempre recebida, há muitos anos, da pessoa dele, quando ele tinha prestígio...
Noutra ocasião, Celestino chegou ao meu birô, com o semblante preocupado. Perguntei a razão, e ele disse:
- Ajudo, vez por outra, uma paralítica residente em algum lugar da Rua Santa Luzia. Ela costuma mandar um portador procurar-me nas suas necessidades. Hoje, esse portador veio me pedir um televisor para a deficiente, na esperança de esse objeto minorar os dias monótonos daquela pessoa. Olhei minha conta e constatei já ter gasto muito este mês. Não atendi ao pedido. Quando o portador se retirou, pensei outra vez e saí com o motorista para localizar a residência dessa pessoa. Por mais que perguntasse, não encontrei. Fiquei triste, Armando, pois devia ter feito mais um sacrifício e comprado o televisor para a paralítica...
Era assim Antônio Corrêa Celestino. Um homem coerente! Um homem de bem!
2 comentários:
Armando,
Sempre bom sua amiga presença, seu exemplo,sua iniciativa em estar conosco no Cariricaturas.
Que bom que temos você aqui ilustrando nosso espaço. E agora percebo que vamos conhecer pessoas que podem ter passado pelas nossas ruas sem que tivéssemos tomado conhecimento de sua grandeza de coração.Esse seu texto nos demonstra isso e nos faz refletir sobre nossa gente, suas atitudes e suas histórias de vida.
Obrigada e um abraço.
Claude
Minha mãe sempre diz : quem faz o que pode faz tudo.
Mas as vezes a gente pode e não faz.
Celestino é um exemplo do homem que faz , até mais do que pode.
A tristeza de não encontrar o endereço foi o mais, que ainda fez.
Pensar e agir.Não dá pra segurar o tempo.Ele não é escravo do nosso desejo... Avisa, e corre !
Tem coisa melhor do que conversar com Armando ?
A gente esquece a hora do lanche.
Abraços, amigo.
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