Há dias em que as palavras não querem se soltar. Talvez hoje fosse um desses dias. Hoje eu poderia, mais uma vez celebrar o silêncio em sua natureza alternativa, em seu refúgio acessório, pois o silêncio é um imperativo abstrato. Resulta de uma inquietação insustentável, impõe-se! O silêncio é sedutor. Apascenta. Muitas vezes conforta mais do que as histórias das palavras em seu secreto esmero, deflagradas pelas questões de amor.
Por isso hoje, abasteço-me das palavras. Escrevo um poema antes que o silêncio o deixe inerte. Rasgado no cesto de papéis que deixo sob a mesa onde costumo escrever.
E vou tentando. Escrevo. Imagens sobrepõem-se e começam a deixar-se prender aos fios da vida. Sinto-me no limite preciso do meu momento criativo.
Vêm-me palavras, outras fogem ao passar minha inquietude para a folha de papel. Percebo que a razão escorre-me entre as mãos. Escrevo. Na cadeira ao lado uma rosa. Alguém ousou perverter-me os sonhos. Por um momento desfruto a utopia de me imaginar entre as rosas que alguém colheu de manhã. Rosas vermelhas. Suspendo a mão. Respiro fundo. Sinto-me flor.
Finalmente o poema esgota-se no silêncio. Sinto-me descalça sobre a areia. Mantenho-me dentro do poema ao adormecer. Sonho no ritmo das palavras soltas e escuto meu nome em surdina. O mar?
Entrego-me, então, ao som dos pássaros, perco-me no ritmo das marés. (Inócuas!) Tomo numa das mãos a rosa e absorvo-a inteira nas palavras e no poema. O ramo e a rosa. A rosa e o poeta das flores. O poeta e a rosa vermelha. Sento-me na cadeira e espero-o voltar.
O momento agora é de silêncio. O princípio do nada. A certeza absoluta que tudo se inicia e termina ali dentro de mim. O sonho também.
Por isso hoje, abasteço-me das palavras. Escrevo um poema antes que o silêncio o deixe inerte. Rasgado no cesto de papéis que deixo sob a mesa onde costumo escrever.
E vou tentando. Escrevo. Imagens sobrepõem-se e começam a deixar-se prender aos fios da vida. Sinto-me no limite preciso do meu momento criativo.
Vêm-me palavras, outras fogem ao passar minha inquietude para a folha de papel. Percebo que a razão escorre-me entre as mãos. Escrevo. Na cadeira ao lado uma rosa. Alguém ousou perverter-me os sonhos. Por um momento desfruto a utopia de me imaginar entre as rosas que alguém colheu de manhã. Rosas vermelhas. Suspendo a mão. Respiro fundo. Sinto-me flor.
Finalmente o poema esgota-se no silêncio. Sinto-me descalça sobre a areia. Mantenho-me dentro do poema ao adormecer. Sonho no ritmo das palavras soltas e escuto meu nome em surdina. O mar?
Entrego-me, então, ao som dos pássaros, perco-me no ritmo das marés. (Inócuas!) Tomo numa das mãos a rosa e absorvo-a inteira nas palavras e no poema. O ramo e a rosa. A rosa e o poeta das flores. O poeta e a rosa vermelha. Sento-me na cadeira e espero-o voltar.
O momento agora é de silêncio. O princípio do nada. A certeza absoluta que tudo se inicia e termina ali dentro de mim. O sonho também.
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Tudo, enfim, se havia transformado em água de um oceano imenso. Não havia limites. Descalça, era assim que me queria. Descalça. Respirando a maresia. Para também poder ser mar. Ou viver a ser rio.
Texto e foto por Claude Bloc
Texto e foto por Claude Bloc
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