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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 11 de setembro de 2009

WORLD TRADE INTOLERANCE: THE DAY AFTER



A sensação que se tem, oito após os ataques terroristas às duas torres americanas, é de que o barril de pólvora da intolerância mundial começou de fato a ser aceso. A intolerância é a palavra que define o que está acontecendo no mundo. O homem não tolera mais o homem. Estamos perdendo um valor fundamental de aproximação e tolerância: a empatia e o Amor ao próximo. Os ataques terroristas refletem apenas a cultura da intolerância praticada há milhares de anos. Essa intolerância vem se acentuando com o modelo neoliberal político-econômico de dois séculos para cá. O modelo de tolerância pregado pela cultura cristã vem sendo substituído pelas práticas intolerantes de subordinação, exploração e discriminação de indivíduos, grupos e nações. O mais rico não tolera o mais pobre, e este não vem tolerando o mais rico. Nessa linha, o mais poderoso não tolera o menos poderoso e vice-versa. A religião “A” não tolera a religião “B” e vice-versa. A intolerância é a negação da alteridade. Ou seja, é negação do outro.

O “espetáculo”, da queda espetacular das duas torres americanas, é o que cinema americano jamais imaginou produzir. A ficção mais uma vez se rendeu a tragédia real. O mundo do cinema, mais uma vez deverá copiar o filme da própria vida produzido com tamanha dramaticidade e autenticidade, nunca representado com tanta espontaneidade e efeitos especiais reais. A violência artificial dos filmes de ficção, ficou aquém da crueldade explosiva da imagem real. A que nível de intolerância chegamos? O ódio à cultura americana e seus símbolos é decorrente da postura anti-armamentista, anti-imperialista e anti-capitalista contra um bloco de países alinhados ideologicamente em prol de uma supremacia econômica, militar, tecnológica e ideológica.

A questão é saber quem é mais intolerante nesse mundo de intolerâncias? Quando vemos uma multidão de indivíduos sendo lentamente exterminada como as populações da África e de outros países pobres, devemos nos perguntar a respeito da indiferença e intolerância dos países mais ricos e mais poderosos: Por que não se age a favor do outro necessitado? Por que não se perdoa a dívida externa dos mais pobres? Milhões de indivíduos estão morrendo a míngua devido a indiferença dos frios cálculos de retornos capitalistas dos países mais ricos. Bilhões de dólares da dívida externa, que saem do Brasil e de outros países pobres poderiam ser aplicados nos próprios paises e assim salvar ou diminuir a penúria de muitas almas que não têm nem o mínimo para subsistir.

A diferença entre a intolerância dos terroristas que atacaram os símbolos “sagrados” americanos e a intolerância econômica dos mega-especuladores e mega-empresários que atacam e põem abaixo o cofre (reservas monetárias) dos países economicamente mais pobres, é que a primeira é grossa e visível e a segunda é fina e invisível. Mas, ambas as intolerâncias matam e destróem qualquer possibilidade de diálogo e entendimento para um estado de cooperação e paz duradoura.

Creio, que qualquer intolerância surge quando negamos a convivência com as diferenças em nossas relações com os outros. A intolerância aumenta quando atribuímos um valor excessivo às nossas soberanias e crenças de superioridade. E ela se torna perigosa quando optamos em não sairmos de nossas rígidas posições individualistas, egoístas e desequilibradas. O conflito de intolerâncias produziu duas grandes guerras mundiais e produzirá uma terceira - sem dúvida! Precisamos repensar todo uma cultura e educação apoiada no ícone capitalista denominado competição.

A competição é a raiz da intolerância no mundo. Infelizmente, o mundo ocidental matou a esperança cristã de Amar-mos uns aos outros. Hoje, não se prega a convivência amorosa, incondicional e irmã de Cristo e Sathya Sai Baba. O outro se tornou cliente, objeto de consumo ou adversário na luta pela mais-valia do mercado capitalista ou religioso. Os povos cada vez mais se vêem como inimigos na grande guerra mundial do mercado provedor e enriquecedor (para uma minoria poderosa). A vida moderna perdeu o seu eixo ontológico-santo-pacífico, e vem girando em torno de um eixo “capitológico-animal”. Povos inteiros estão sendo massacrados e sutilmente escravizados pela lógica dominante de se produzir para se reproduzir cada vez mais a ideologia do mais competente e forte.

A produção material se tornou um fim em si mesma. A riqueza se concentrou na mão de uns poucos. E a miséria se acumulou nas mãos dos explorados e ignorados: 2/3 da humanidade passam necessidade e vivem na pobreza!

A lição que se pode tirar desse acontecimento trágico é que não aprendemos nem com a história e nem com o exemplo daqueles que tiveram a missão de trazer ao mundo a Verdade de Deus. A lógica que predomina não é mais a bondosa mensagem de Cristo (Amai-vos uns aos outros), mas a insensível mensagem capitalista de “Intolerai-vos e competi-vos uns com os outros”.

Quando se planta uma semente, não se espera que se colha um fruto diferente da natureza da semente. Plantamos intolerâncias, e estamos colhendo intolerâncias. Os meios de comunicação também têm uma responsabilidade na missão de se produzir um mundo sem intolerâncias (e mais Amor). Não devemos deixar para amanhã se podemos plantar melhor hoje.

O que falta ao mundo é a semente do Amor e da Igualdade de Oportunidades Limitadas (porque a Terra se esgotará rapidamente). O resto é pura especulação racional. Quem tiver ouvido, ouça - ou então que receba a semente que está sendo lançada. Se não mudarmos a lógica materialista dominante, com certeza absoluta caminharemos para um mundo sem Amor e Espiritualidade Verdadeira (e sem recursos naturais) e muita dor e guerra.

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