EU E A POESIA ( Rosa Guerrera)
Existiu um tempo em que eu fazia piadas e poesias dos revezes da vida.E sorria de tudo como se na misteriosa partida de xadrez do destino eu pudesse ser sempre a vencedora. E todo mundo sorria comigo! Aquele meu jeito despreocupado de ser, de freqüentar barzinhos, de sair para festinhas carregando um violão, de namoricar meia dúzia de garotos ao mesmo tempo, era um verdadeiro chamariz à alegria. E as músicas saiam soltas numa turminha irresponsável sempre liderada pelo meu sorriso.Lembro que aos sábados ,na varanda da minha casa as festinhas rolavam ao som do violão e dos velhos long plays , entre comes e bebes onde varríamos as madrugadas num patamar de gargalhadas e notas musicais. Outras vezes saiamos juntos e tínhamos como parada obrigatória qualquer local com música ao vivo , onde dançávamos e namorávamos , esquecendo propositadamente os ponteiros do relógio, que marcava rápido o nascer de um novo dia . Naquela época , eu pouco me lixava quando me chamavam de playgirl ou ainda no colégio ser considerada a aluna com piores notas no comportamento.Tudo era tão lindo , tão gostoso de ser vivido.Tudo enfim era poesia !Comprar um vestido novo em “Glorinha boutique”, ir tomar sorvete no “Gemba”, assistir as matinês do cinema São Luiz , namorar na Praça do Paissandu, ou até no escurinho da Rua das Ninfas ..era um mundo de novidades ., Cada coisinha minúscula era apetecida com aquele gostinho de “quero mais”.Naquela época eu jamais iria fazer idéia que o caminhar da vida nos apresenta também estradas tortuosas , desagradáveis e tristes, e a medida que os anos foram passando , o repentino chegou também para mim .( afinal todos nós temos reviravoltas na vida , e eu não fui exceção.).E foram muitas as árvores e as flores do meu jardim que tombaram murchas. Senti que até o meu sorriso insistia em não querer ficar mais no meu rosto.Procurei os velhos companheiros e poucos e raros encontrei. Aprendi a chorar ! E nem um lenço me foi oferecido para enxugar as lágrimas , Só a fiel companheira , a poesia permaneceu comigo.Entendí que precisava continuar o traçado do meu novo caminhar. E dessa vez sozinha , sem barzinhos, sem musicas alegres para cantar .E desde então tatuei na minha alma a sábia frase que conservo até hoje junto a minha cabeceira: A vida é como um jogo de cartas, e é preciso que tenhamos sempre dentro da mente a sapiência de um trunfo, escolhendo melhor os nossos naipes, para que não tenhamos a decepção de sairmos sempre como perdedores.E assim , optei de uma vez por todas pela poesia .
Existiu um tempo em que eu fazia piadas e poesias dos revezes da vida.E sorria de tudo como se na misteriosa partida de xadrez do destino eu pudesse ser sempre a vencedora. E todo mundo sorria comigo! Aquele meu jeito despreocupado de ser, de freqüentar barzinhos, de sair para festinhas carregando um violão, de namoricar meia dúzia de garotos ao mesmo tempo, era um verdadeiro chamariz à alegria. E as músicas saiam soltas numa turminha irresponsável sempre liderada pelo meu sorriso.Lembro que aos sábados ,na varanda da minha casa as festinhas rolavam ao som do violão e dos velhos long plays , entre comes e bebes onde varríamos as madrugadas num patamar de gargalhadas e notas musicais. Outras vezes saiamos juntos e tínhamos como parada obrigatória qualquer local com música ao vivo , onde dançávamos e namorávamos , esquecendo propositadamente os ponteiros do relógio, que marcava rápido o nascer de um novo dia . Naquela época , eu pouco me lixava quando me chamavam de playgirl ou ainda no colégio ser considerada a aluna com piores notas no comportamento.Tudo era tão lindo , tão gostoso de ser vivido.Tudo enfim era poesia !Comprar um vestido novo em “Glorinha boutique”, ir tomar sorvete no “Gemba”, assistir as matinês do cinema São Luiz , namorar na Praça do Paissandu, ou até no escurinho da Rua das Ninfas ..era um mundo de novidades ., Cada coisinha minúscula era apetecida com aquele gostinho de “quero mais”.Naquela época eu jamais iria fazer idéia que o caminhar da vida nos apresenta também estradas tortuosas , desagradáveis e tristes, e a medida que os anos foram passando , o repentino chegou também para mim .( afinal todos nós temos reviravoltas na vida , e eu não fui exceção.).E foram muitas as árvores e as flores do meu jardim que tombaram murchas. Senti que até o meu sorriso insistia em não querer ficar mais no meu rosto.Procurei os velhos companheiros e poucos e raros encontrei. Aprendi a chorar ! E nem um lenço me foi oferecido para enxugar as lágrimas , Só a fiel companheira , a poesia permaneceu comigo.Entendí que precisava continuar o traçado do meu novo caminhar. E dessa vez sozinha , sem barzinhos, sem musicas alegres para cantar .E desde então tatuei na minha alma a sábia frase que conservo até hoje junto a minha cabeceira: A vida é como um jogo de cartas, e é preciso que tenhamos sempre dentro da mente a sapiência de um trunfo, escolhendo melhor os nossos naipes, para que não tenhamos a decepção de sairmos sempre como perdedores.E assim , optei de uma vez por todas pela poesia .
Um comentário:
Rosa sempre foi dotada de um potencial infinito de felicidade. Liderou a alegria , em muitas fases de vida. A conheci com muitos sois no olhar... Reencontrei-a , numa fase outonal: folhas douradas, frutos doces, outros cica.Seu brilho especial permanece. Coração com todos os sois imagináveis.
O jogo da vida é cego, e lúcido.
Não sei jogar: nem ganho, nem perco. Meu coração fica triste, se alegra ... Aposta apenas no que sente, e no que sente, confia !
Você é maravilhosa, poetisa !
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