De vez em quando paro. E se não paro, pelo menos penso. Olho-me no espelho. Agarro-me em alguma lembrança. Sinto-me em pura inércia. Sinto que preciso mudar. Olho-me de soslaio, olho-me de repente e vejo uma imagem estranha. Estúpida, assimétrica. Sinto que preciso chorar, que preciso molhar o meu rosto, deixar a água escorrer, regar os poros e dar vida à vida dentro de mim.
Perco-me nessas frações de tempo. Antropofagicamente. Fecho os olhos, afundo no silêncio, imirjo n’algum retalho de história que já não é minha. Fecho as pálpebras, vejo-me diante de uma bola de cristal. Sou engolida numa distração pela frase de Clarice Lispector: “espelho é o espaço mais profundo que existe”. Assim sigo. Assim, me deixo ir. Vagueio pelas estrelas. Exploro além das noções fisionômicas daqueles rostos amigos que se sucedem. Capto a feição, transformo e reflito as imagens no meu íntimo e vou emergindo aos poucos, devagarzinho.
Sou assim nesse sonho. Ando através de passagens achatadas. Sou menina. Sou Mulher. Sou... Sou ousada. Sou alegria incontida. Os retratos da minha alma se misturam em identidades díspares, numa só camada – o espírito, o fôlego de vida, impressão digital de um gênio inventivo. A individualidade gasta e vista no espelho.
Perco-me nessas frações de tempo. Antropofagicamente. Fecho os olhos, afundo no silêncio, imirjo n’algum retalho de história que já não é minha. Fecho as pálpebras, vejo-me diante de uma bola de cristal. Sou engolida numa distração pela frase de Clarice Lispector: “espelho é o espaço mais profundo que existe”. Assim sigo. Assim, me deixo ir. Vagueio pelas estrelas. Exploro além das noções fisionômicas daqueles rostos amigos que se sucedem. Capto a feição, transformo e reflito as imagens no meu íntimo e vou emergindo aos poucos, devagarzinho.
Sou assim nesse sonho. Ando através de passagens achatadas. Sou menina. Sou Mulher. Sou... Sou ousada. Sou alegria incontida. Os retratos da minha alma se misturam em identidades díspares, numa só camada – o espírito, o fôlego de vida, impressão digital de um gênio inventivo. A individualidade gasta e vista no espelho.
Por Claude Bloc
2 comentários:
no espelho
não olho
sou
olhado
Claude,
Adorei seu texto e...posso dizer que senti tanta fidelidade nele que consegui lhe ver no espelho.
E tem mais : pude conhecer mais um
pouquinho sua alma.
Parabéns e bom final de semana.
Abraços: Liduina.
Postar um comentário