Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pobre Amor - Aluísio Azevedo

Aluísio AzevedoAluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís do Maranhão, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913). Novelista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro.


Calcula, minha amiga, que tortura!
Amo-te muito e muito, e, todavia,
Preferira morrer a ver-te um dia
Merecer o labéu de esposa impura!

Que te não enterneça esta loucura,
Que te não mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!

Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!

Persiste na moral em que persistes.
Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
Mas quanto sofro mais porque resistes!

Um comentário:

Corujinha Baiana disse...

Sauska,

É a primeira vez que eu vejo um poema desse autor.Sempre o estudei como romancista.Valeu ! O poema é lindo.Ele deve ter sido escrito numa fase bem inicial de sua vida, pois Aluisio de Azevedo não é considerado um poeta, pelo menos de expressão.
Altamente influenciado pelo escritor naturalista francês, Émile Zola, ele é valorizado como o introdutor do Naturalismo no Brasil, com o romance "O Mulato",embora seu romance mais famoso seja "O Cortiço".

Um beijo
Corujinha