Meu pomar
José Augusto de Lima Siebra
Plantei um pé de roseira
Lá dentro do meu pomar
Com muito jeito e carinho
Comecei a cultivar.
A roseira se estendeu
Com galinhos bem frondosos
Em cuja fronde mimosa
Realçaram quatro rosas.
Cada rosa mais formosa
No galinho a balançar
Dava graça, dava encanto,
Dava vida ao meu pomar.
A roseira se movia
Balançando as quatro flores
Vivia de seus encantos
Vivia de seus odores.
Porém como esta vida
É cheia de dissabores
Quando menos se esperava
Lá se foram duas flores.
O pomar é nossa casa
A roseira és tu, Maria
Nossos filhos são as rosas
Jardineiro, quem seria?
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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