Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 21 de março de 2010

Felix Nadar -


Pseudónimo de Gaspard-Félix Tournachon. Famoso pelos seus retratos fotográficos. Nasceu em Paris, em 5 de Abril de 1820; morreu na mesma cidade em 21 de Março de 1910.

Estudou medicina em Lyon, França, mas devido à falência da editora do pai teve que abandonar os estudos e começar a trabalhar. Começou por escrever para jornais assinando os seus artigos com o pseudónimo «Nadar». Em 1842 foi viver para Paris, tendo começado por vender caricaturas aos jornais humorísticos.No princípio dos anos 50, Nadar já era considerado um fotógrafo de mérito, tendo mesmo aberto um estúdio.

Começou a ser conhecido devido às suas acções espectaculares. Mandou pintar o edifício em que o seu estúdio estava albergado de encarnado e colocou na fachada um painel de 15 metros com o seu nome. O edifício, no boulevard des Capucines, no centro dos Grands Boulevards, tornou-se uma local de referência e o estúdio um ponto de encontro dos intelectuais parisienses.

Em 1854 acabou o seu primeiro «PanthéonNadar», um conjunto de dois painéis gigantes apresentando caricaturas de parisienses conhecidos. Foi ao preparar o seu segundo «PanthéonNadar», que começou a fotografar as personagens que tencionava caricaturar. É por isso que os retratos do ilustrador Gustave Doré e do poeta Charles Baudelaire, assim como os do escritor Théophile Gautier e do pintor Eugène Delacroix, todos realizados por volta de 1855, têm uma pose natural, que contrastava com as poses hirtas e formais dos retratos da época.

Nadar era um inovador e em 1855 patenteou a ideia de utilizar a fotografia aérea na cartografia. Tipo de fotografia que só conseguiu realizar três anos depois, em 1858, quando conseguiu tirar a primeira fotografia aérea de sempre de um balão. Em 1863 publicará o Manifeste de l'autolocomotion aérienne.

A litografia satírica que Daumier realizou mostrando Nadar a fotografar Paris de um balão, e a que deu o título «Nadar elevando a fotografia à altura da Arte», divulgou a façanha e ajudou Nadar a tornar-se ainda mais famoso. Nadar continuou a ser um apaixonado pelo balonismo até ter sofrido um acidente, com a mulher e alguns amigos, a bordo do Géant, um balão gigante que tinha construído e que podia transportar 80 pessoas.

Em 1858 também começou a fotografar com luz - magnésio - tendo fotografado, em 1860, as catacumbas e os esgotos de Paris.

Em 1874 emprestou o seu estúdio para a realização da primeira exposição de pintura dos Impressionistas, onde pontificavam entre outros Monet, Renoir e Cézanne, tendo ficado agradavelmente surpreendido com a tempestade levantada pela apresentação da nova escola.

Em 1886, não deixando de inovar, Nadar realizou a primeira entrevista fotográfica, uma série de 21 fotografias do cientista francês Eugène Chevreul a conversar. Cada uma das fotografias tinha uma legenda com as respostas de Chevreul às perguntas de Nadar, dando uma viva impressão da personalidade do cientista.

Fontes: Enciclopédia Britânica;

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