Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 10 de abril de 2010

Vincent Van Gogh

Nasceu na Holanda, na cidade de Groot Zundert, no dia 30 de março de 1853, numa aldeia tão pequena que não aparece nos mapas. Filho de pastor calvinista, Van Gogh passa sua infância numa casa ampla, abastada, mas antiga, sem luz, muito triste. Segundo alguns biógrafos, foi uma infância enfadonha, melancólica, tediosa.
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Rebelde, solitário, desde cedo se mostra insociável, rejeita a realidade e a sociedade em que vive. Profundamente desajustado, procura saída através do trabalho, em julho de 1869 vai trabalhar em Haia na Galeria Goupil, que comercializa livros e obras de arte. Três anos mais tarde vai para Bruxelas onde passa dois anos e meio. A falta de sol e a calma dos países nórdicos o enerva, sonha com Paris. Em 1975 consegue a transferência para Paris. Encantado com a cidade luz, lê Flaubert, Dumas, Hugo, Rimbaud, Baudelaire; admira as campinas românticas de Courbet e os heróis de Delacroix.
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Em 1876, demitido do grupo Goupil, volta para casa, frustrado e sem perspectivas, decepção para os pais, somente Theo, o irmão mais moço, nascido em 1857, o entende.
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Ano muito difícil para Vincent, extremamente depressivo sofre seguidas crises nervosas, longos períodos de mutismo e solidão, que o levam a um violento misticismo, levando-o desejar a carreira de pastor. Mas pastor entre os pobres. Em 1878 vai para o Seminário Teológico da Universidade de Amsterdam. Reprovado segue um curso trimestral na Escola Evangélica em Bruxelas, onde a pedido do pai consegue o lugar de pregador missionários nas minas de carvão de Burinage, na Bélgica. Numa tentativa de aproximar-se dos mineiros começa a trabalhar nas minas, onde acaba adoecendo. Volta para casa, convalescente, conclui que não é essa sua vocação.
Instala-se em Cuesmes onde desenha de memórias cenas de Burinage. Afinal encontra sua vocação, vai ser pintor.
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Nesse tempo, Theo já é um dos dirigentes da Galeria Goupil, em Paris. Manda dinheiro a Vincent que estuda anatomia e perspectiva. Entusiasmado com Millet, pintor realista contemporâneo, passa os dias desenhando. Manda dizer a Theo “Eu não quero pintar quadros, quero pintar a vida”. Vida para ele são paisagens e gente, camponeses e mineiros, campos e trigais. Mas os quadros ainda retratam a realidade que pintor vê, sombria e cinzenta. Cristine a namorada o abandona. Entra novamente em crise, Theo consegue levá-lo para casa em Nuenen, onde se recupera, lendo, passeando, desenhando, pintando. Tranquilidade interrompida pela morte do pai em março de 1885.
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Apesar de seus quadros ainda serem sombrios, em tons escuros e empastados, Van Gogh está apaixonado pela cor, pela luz. Ele escreve: “A cor expressa algo em si, simplesmente porque existe, e deve-se aproveitar isso, pois o que é belo é também verdadeiro”.
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Em Antuerpia, Van Gogh se apaixona definitivamente pela cor, descobre Delacroix e a pintura japonesa. Escreve a Theo: “O pintor do futuro será um colorista como nunca foi possível antes”.
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Em fevereiro de 1986 chega a Paris onde encontra trabalhos de Hokussai, Hirochige, Utamaro, impressiona-se pelo que chama de “uma nova maneira de representar os objetos e o espaço”.
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Mora com Theo, e este é o período mais sociável de sua vida. Faz amizade com Toulouse-Lautrec e Bernard, familiariza-se com os impressionistas, Monet, Renoir, Pissarro. Mais tarde conhece Gaughin.
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Depois de 2 anos, a saúde de Vincent não resiste mais a Paris. Seguindo conselho de Toulose-Lautrec, vai para o campo, para a Provence. Em fevereiro de 1888 está em Arles, pintando ao ar livre. Entra na fase mais produtiva de sua carreira. “Eu quero a luz que vem de dentro, quero que as cores representem as emoções”. Em outubro chega Gaughin, desestabilizado, Van Gogh se deixa levar por crises de humor, discussões e agressões com Gaughin vão minando seu equilíbrio, sofre de mania de perseguição, numa crise tenta ferir Gaughin com uma navalha. Arrependido, corta de propósito uma pedaço da orelha.
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Após dez dias no hospital Saint-Paul para doentes nervosos, volta para casa onde pinta o famoso Auto-Retrato com a Orelha Cortada. Em maio de 1889 ele mesmo pede a Theo que o interne. Vai para o hospital de Saint-Remy. Quando as crises voltam, rola no chão, tem alucinações de natureza mística, briga com demônios.
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Em 1890 Theo consegue que o Dr. Gachet, psiquiatra e pintor, cuide dele em Auvers. Segundo críticos, seus melhores trabalhos são feito nessa época, a amizade com o Dr. Gachet anima Vincent, escreve a Theo que agora está feliz. Mas, no dia seguinte, entra em crise e acusa o médico de tentar matá-lo.
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No dia 27 de julho de 1890, domingo, sai para o campo de trigo com um revólver, e dá um tiro no peito. Socorrido pelo filho do Dr. Gachet, está lúcido e tranqüilo, no dia 29, morre segurando a mão de Theo cinco minutos depois de dizer ao irmão: “A miséria não tem fim”.
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Em vida Van Gogh vendeu apenas um quadro "A Vinha Vermelha", no dia de sua morte, no sótão da Galeria Goupil, em Paris, 700 quadros de Van Gogh amontoavam-se sem comprador.

http://www.artistanet.com.br/artigos/user_exibir.asp?ID=516409

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