Aportamos no “Cariricaturas” atendendo honroso convite formulado e subscrito conjuntamente por Socorro Moreira e Claude Bloc, após indicação do Zé Flávio Vieira. Um desafio e tanto.
Garantida a liberdade de expressão para postar, comentar, transcrever matérias, opinar e por aí vai, aceitamos o desafio.
Incontestavelmente, uma baita responsabilidade para um mero aprendiz, transitar num espaço onde a qualquer momento ou ao dobrar de uma esquina poderemos esbarrar em “monstros-literários” da estirpe de uma Claude, Zé Flávio, Socorro, Zé do Vale, Zé Carlos Esmeraldo, Emerson Monteiro, Salatiel, dentre outros.
Não há “agenda” pré-estabelecida, condicionamentos de qualquer ordem e/ou regras a serem obedecidas. O nosso vôo prenuncia-se livre, em céu de brigadeiro. Evidentemente que ancorado na transparência e responsabilidade.
Portanto, esperando corresponder à expectativa, estamos “pintando no pedaço”.
Para começar, a reprodução de um interessante artigo sobre a “arte” da política (e onde o nosso CRATO é citado). Veja abaixo.
José Nilton Mariano Saraiva
Post-Scriptum: Nesta oportunidade, independentemente das diferenças filosófico-conceituais, fazemos questão de externar publicamente nossa gratidão ao “blogdocrato” pelo valioso espaço nos disponibilizado até dias atrás.
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Eleições: o dom de iludir (Fernanda Torres)
Garantida a liberdade de expressão para postar, comentar, transcrever matérias, opinar e por aí vai, aceitamos o desafio.
Incontestavelmente, uma baita responsabilidade para um mero aprendiz, transitar num espaço onde a qualquer momento ou ao dobrar de uma esquina poderemos esbarrar em “monstros-literários” da estirpe de uma Claude, Zé Flávio, Socorro, Zé do Vale, Zé Carlos Esmeraldo, Emerson Monteiro, Salatiel, dentre outros.
Não há “agenda” pré-estabelecida, condicionamentos de qualquer ordem e/ou regras a serem obedecidas. O nosso vôo prenuncia-se livre, em céu de brigadeiro. Evidentemente que ancorado na transparência e responsabilidade.
Portanto, esperando corresponder à expectativa, estamos “pintando no pedaço”.
Para começar, a reprodução de um interessante artigo sobre a “arte” da política (e onde o nosso CRATO é citado). Veja abaixo.
José Nilton Mariano Saraiva
Post-Scriptum: Nesta oportunidade, independentemente das diferenças filosófico-conceituais, fazemos questão de externar publicamente nossa gratidão ao “blogdocrato” pelo valioso espaço nos disponibilizado até dias atrás.
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Eleições: o dom de iludir (Fernanda Torres)
O que leva alguém a se candidatar à Presidência da República ? A ser tão bisbilhotado, ofendido, pesquisado e aviltado ? Que papel grandioso é esse cujo ensaio, estréia e temporada custam o fígado do próprio intérprete ? A política é um palco letal, o “coliseu romano” da atualidade. Um lugar de ódios milenares, mágoas irreparáveis, conciliações imperdoáveis e, também, do temível ridículo. Eu seria incapaz de atuar sob tamanha pressão. Não se trata apenas de dar conta de Rei Lear; tem que voar no jatinho, fazer a carreata, comer dobradinha, andar de mula e enfrentar a tempestade do CRATO ao pampa gritando “uiva vento!”, pelos palanques. Tem que ter sangue de barata, paciência de Jó, cara de pau e vontade de elefante.
Outro dia me mandaram um link na internet onde a Dilma Rousseff se embananava toda para responder a uma simples questão: “Que livro a senhora está lendo?” Qualquer um que cultive o prazer de ler sabe que um ser humano que está em plena campanha presidencial não tem cabeça nem tempo para se dedicar à leitura. Talvez a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu, entre um programa do Ratinho e outro, seja o único exemplar que resista ao tranco, por seu conteúdo bélico de auto-ajuda milenar. Mas admitir que não está lendo porcaria nenhuma é encarar as manchetes do dia seguinte afirmando que fulano, ou fulana de tal, é um energúmeno, um(a) ignorante não afeito às letras. Por isso Dilma se contorce, tentando se lembrar do último livro que leu, o que só consegue com a ajuda dos assessores. A duras penas acerta o título e a mais duras ainda arrisca um resumo dele. A pergunta corriqueira, quem diria, a colocou em um mato sem cachorro. Se a tivessem argüido a respeito da política de juros, da dívida pública ou até mesmo de um espinhoso tema como o aborto, ela estaria apta a responder. Bastou uma perguntinha pessoal para que Dilma se afastasse brechtianamente da ciranda da candidata e caísse em si mesma, perdendo o fio do personagem.
O candidato é um ator em eterno teste. Uma condição vexatória e terrivelmente desconfortável.
José Serra escolheu o perfil do conciliador boa-praça e se manteve bem no personagem até que perdeu a paciência na rádio CBN diante da prensa de Míriam Leitão. Míriam, aliás, tem sido dos ossos mais duros de roer para os que estão na corrida presidencial. Serra soltou um desabafo irritado a respeito do que pensava da relação entre a Presidência e o Banco Central. Depois, teve que remar forte para recuperar a imagem que passou semanas construindo, justificando de forma sincera que o horário matutino lhe havia puxado o tapete. Qualquer razão idiota - como pular da cama cedo, pode colocar tudo a perder; da mesma forma que um celular que toca no meio de um espetáculo pode fazer Macbeth desencarnar de vez da alma de um ator. A verdade e a franqueza são armas de destruição em massa na política; é necessário saber ocultá-las com desenvoltura e, muitíssimas vezes, mentir com convicção.
Marina Silva não titubeia, ela é a terceira via, pode dizer o que pensa. Apesar de ter sido ministra, ela não passa pelo comprometimento político dos dois outros adversários, pertencentes a partidos que já ocuparam o Planalto e fizeram alianças muitas vezes incompreensíveis para poder governar. Marina está dentro e fora do jogo, uma posição importante e confortável.
Glorinha Beautmüller, fonoaudióloga e preparadora vocal de inúmeros atores e políticos, é uma figura lendária, dona de intuição aguçada, métodos nada ortodoxos e técnica que visa ancorar a palavra ao corpo e aos sentidos do palestrante. Profissional ímpar, ela já botou de quatro modelos com ambições a atriz, para que perdessem a pose enquanto recitavam um texto, e aconselhou com veemência que Cláudia Jimenez “falasse pela vagina” na sua estréia no teatro profissional como uma das prostitutas de “A Ópera do Malandro”. Ao que Claudia, com seu talento e humor de sempre, respondeu aplicada: “Eu estou tentando, Glorinha, estou tentando!”.
Uma vez, a maga foi chamada às pressas a Brasília para atender um político repentinamente afônico e necessitado de discursar. Segura, não pestanejou no diagnóstico: “Meu filho, você está rouco desse jeito porque você mente demais!”.
Hoje, o político ideal deve reunir o carisma de Sílvio Santos, a classe de Paulo Autran, a astúcia de Alexandre (o Grande), a retórica de Ruy Barbosa, o empreendedorismo de Antônio Ermírio, a responsabilidade do doutor Paulo Niemeyer, o desapego de Buda, a razão de Confúcio, a bondade de Cristo e ainda sair vivo da arena quando soltarem os leões famintos atrás da sua carne.
Essa pessoa não existe. O político, portanto, tem que ter o dom de iludir.
Postagem: José Nilton Mariano Saraiva
10 comentários:
Começou bem, grande Zé Nilton !
O Cariricaturas sente falta de mais postagens políticas.
Quanto ao seu ingresso entre nós, é motivo de muita honra e alegria. Você somará !
Um abraço meu .
José Nilton Mariano Saraiva,
Seja bem vindo ao Cariricaturas, è uma honra encontra-lo por aqui.
Será que somos parentes...
Abraço !
Caro Mariano
Bem-vindo ao Cariricaturas. Em primeiro lugar eu não sou da Paráiba. Nada de Zé no meu nome. (Rs.Rs,Rs...)
Aqui eu lhe garanto que ninguém vai falar mau de Lula e nem a favor dele e de quem quer que seja. Reina a paz.
Abraços.
Menino,
Até que enfim temos você por aqui. Seja bem vindo. Você e suas palavras.
Abraço,
Claude
Mariano
Que bom encontrá-lo no meio de tantos cronistas,que nos fornecem um pouco do néctar da longevidade.
Aqui o coração pulsa com mais leveza, num clima de respeito mútuo. A amizade nos faz ser mais criativos, e o crescimento interior
nos ajuda a enfrentar as agruras da vida.
Boa caminhada.
Caro Mariano
Li o texto da Fernanda Torres e acredito que o Crato que ela se refere é ao sertão nordestino, mesmo sentido que Ronald de Carvalho deu ao seu poema Brasil. Veja postagem que colocarei acima neste blog.
Abraços!
Socorro: a honra é toda nossa;
Edilma: vamos descobrir isso ??? Carlos: é tanto "Zé" (Zé de baixo e Zé de riba) que você acabou "premiado"...
Claude: você, sempre generosa ("menino");
Elmano: caminhando juntos a subida tornar-se-á menos cansativa.
Carlos,
Observação procedente e precisa.
Sua postagem não deixa dúvidas.
Olá José Nilton Mariano! Gostei de lhe encontrar por aqui.
Abraços
Magali
Magali,
Agradecemos, pelo estímulo.
Pode acreditar que o objetivo é somar, acrescer, agregar.
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