Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Viver e dialogar - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Não conheço outra forma de melhorar o debate que não seja debatendo, inclusive a qualidade do mesmo. Antes que me entendam mal, o que não conheço não quer dizer que não existe, diz apenas que não conheço.

Outra questão é sobre a necessidade do debate. Ele é central, a contradição das idéias, das visões de mundo, a contraposição dos elementos e assim por diante. Inclusive é preciso que não se extraia daí a idéia de paz, pois o debate é movimento de contradição. Que é mais virtuoso quando consegue construir uma “realidade” que represente todas as contradições.

Seja qual tenha sido a interpretação filosófica, o confronto nas contradições guarda a idéia de superação dele e a síntese ou dinâmica dialógica das contradições. Então, em que pese ser doloroso, o embate entre idéias, o que significa pessoas, ele é inerente à dinâmica social e política.
Quando o Salatiel e o Rafael promovem o encantamento do cariri, não apenas fazem uma síntese pacífica da nossa realidade. Muitos não serão lembrados, alguns lembrados não serão bem vistos, assim como a própria Rádio Educadora do Programa Cariri Encantado pode ser questionada por não ter cumprido esta ou aquela promessa.

Algo bem pacífico como o Programa do Zé Nilton, escolhendo um grande compositor brasileiro e desenvolvendo um argumento que explicita estética e história da MPB já trás em si uma abordagem do tema. É exatamente na realização do programa, quando o ouvinte o escuta, que o processo se sintetiza, com todos os contraditórios que existem.

Quando o pianista Dihelson Mendonça executa sua obra musical, o Pachelly expõe suas fotografias, a Socorro faz um poema, a Claude um texto, a Edilma a Stela e todos nós postamos estamos num ponto ao mesmo tempo pacífico e exposto. Nisso estamos fazendo o que é necessário e contribuindo para uma dinâmica maior.

Agora não existe como superar o primarismo, a infantilidade, a grosseria ou outra prática qualquer que não seja apenas pelo exercício da exposição como ponto pacífico. Apenas ela nos ensinará a clamar por normas e práticas éticas para que tudo flua com maior liberdade e clareza.
Apenas posso superar a minha própria vaidade se expô-la aos outros e estes a colocarem na margem em que a própria se excede. Apenas posso entender a fragilidade das minhas idéias se as anunciar. Não existe como superar dificuldades no mundo sem as outras pessoas. Por isso prezo tanto estes blogs daqui.

2 comentários:

Zé NIlton disse...

Caro Zé do Vale.
Suas palavras são sempre no sentido de por as coisas no lugar. Régua e compasso, e diapasão, são meios de que você usa para analisar, de longe, nossas subjetividades. Tudo muito antropologicamente correto, sem etnocentrismos.
Disse.

socorro moreira disse...

Sobre Zé do Vale, concordo plenamente com Zé Nilton.