ARACY DE ALMEIDA -22 ANOS DE FALECIMENTO
A data de ontem marcou o 22° aniversário do falecimento de ARACY DE ALMEIDA, ocorrido em 20 de junho de 1988. ARACY ficou conhecida em nossa música como a intérprete de Noel Rosa, a quem conheceu em1933.
Isto é um pequeno resumo onde quero dizer algo que não consta de sua biografia e que Gerdal dos Santos apresentou em seu programa da Rádio Nacional há 3 anos.
Foi transmitida uma gravação de Aracy na qual ela conta como Noel compôs "O X do Problema". Ela narra que encontrou Noel no Nice e disse que precisava de uma música nova para gravar e não havia gostado das que Noel lhe apresentara. Na mesma hora, parecendo-lhe o X de um problema, Noel criou o seu "X do Problema", no qual ele dizia que "palmeira do mangue não vive na areia de Copacabana ". Hoje, palmeira de Copacabana não vive nas margens do canal do Mangue.
Algo que também não se encontra em sua biografia foi narrado por Pedro Caetano em seu livro "54 Anos de Música Popular Brasileira-O que fiz,o que vi", no qual conta parte de sua vida de compositor. Ele e Claudionor Cruz fizeram um samba de nome "Engomadinho", que terminava com estes versos:
está nas mãos de sua majestade,
rei dos seresteiros, rei do meu amor".
Era para Aracy gravar. Chegando aos estúdios, Aracy, lendo a letra "empacou" e disse "isso não gravo". Os compositores não entenderam e ela se negou a gravar, completando:"não vou dar cartaz àquele pilantra.Ou muda tudo,ou até amanhã e estamos conversados".
Eles continuaram sem entender. Depois compreenderam: Aracy teve "um caso" com um goleiro do Vasco da Gama, conhecido como Rei; havendo brigado com ele, negou-se a cantar "rei dos seresteiros, rei do meu amor".Os compositores continuaram intrigados, disseram que um rei dos seresteiros nada tinha a ver com futebol, mas ela foi intransignte e eles alteraram os versos para "deste seresteiro,que é o meu amor". Aí ela gravou.
Aracy tinha muita personalidade e comprovou isso julgando calouros na TV de Silvio Santos. ENGOMADINHO
Eis a letra completa de "Engomadinho", de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, gravação de Aracy de Almeida.
De terno branco, todo engomadinho
muito faceiro, carregando o pinho,
lá vem chegando meu feliz cantor
salve o seresteiro, salve o meu amor.
O seu semblante, alegre, está dizendo,
que está cheinho de disposição,
para acabar com a dor que estou sofrendo
clareando a noite do meu coração.
Eu tinha visto um manto muito escuro
Cobrir a ilusão de minha vida.
mas como a dor sempre descobre um furo
o meu desengano encontrou saída
E a chave que abriu a liberdade
para o meu coração cheio de dor
está na voz e na simplicidade,
deste seresteiro, que é o meu amor.
Assim se transformaram os dois últimos versos que, anteriormente, diziam:
está nas mãos de sua majestade,
rei dos seresteiros, rei do meu amor.
Aracy, em sua época sabia se impor entre o público e os compositores e até sua morte, entre os "calouros" do Sílvio Santos
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