Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nelson Gonçalves - por Norma Hauer

A VOLTA DO BOÊMIO
Foi no dia 21 de junho de 1919 que ele nasceu, segundo seus biógrafos em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul. Seu nome Antonio Gonçalves Sobral, que ficou conhecido como NELSON GONÇALVES.
Tive, porém, conhecimento que ele, na realidade, nasceu em Portugal, segundo constou de um processo que correu na Justiça, quando de sua separação da cantora Lourdinha Bittencourt.
Seus pais, portugueses, vieram para o Brasil indo residir em Santana do Livramento, transferindo-se depois para São Paulo, onde foi criado.
E foi lá que começou uma carreira de lutador de box, abandonando-a para dar os primeiros passos em sua carreira artística.
Vindo para o Rio, apresentou-se no programa de calouros de Ary Barroso, então na Rádio Cruzeiro do Sul. Este, desprezando-o, sugeriu que voltasse a se dedicar ao box.
Voltou a São Paulo, onde com dois compositores (Oswaldo França e Rosano Monello) fez um teste foi aprovado e eles o aconselharam a procurar, no Rio, a gravadora Victor onde poderia fazer um teste.
Aqui conheceu o compositor Benedito Lacerda que lhe abriu as portas para gravar na RCA Victor, onde fez sua primeira gravação:”Sinto Bem”, de Ataulfo Alves e “Se Eu Pudesse Um Dia”, da mesma dupla que apoiou em São Paulo. O samba “Sinto-me Bem” fez algum sucesso o que o fez procurar o rádio.
E foi Carlos Galhardo, então na Rádio Mayrink Veiga, que o levou àquela emissora, apresentando-o a Cesar Ladeira, seu Diretor Artístico. Aprovado, foi contratado e teve início sua carreira vitoriosa.
O primeiro grande sucesso de Nelson Gonçalves foi o fox “Renúncia”, de Roberto Martins e Mário Rossi. Aqui, entra mais uma vez a ajuda de Carlos Galhardo. Roberto compôs esse fox para Galhardo; este, querendo mais uma vez ajudar, passou-o para Nelson, que o gravou, “estourou” e abriu-lhe as portas para uma longa carreira que só terminou com sua morte em abril de 1998.
Teve uma vida pessoal um tanto agitada, envolveu-se com tóxicos, sendo, inclusive, preso por esse envolvimento.
Recuperando-se, conheceu o compositor Adelino Moreira e, com todo o “vapor” gravou uma série de sucessos de Adelino, começando com “ A Última Seresta”,
Foram “A Deusa do Asfalto”, “Silêncio da Seresta”; “Êxtase”; “Mariposa”; “Argumento”; “Chore Comigo”; “Meu Dilema”;”Fantoche”; “Escultura” e muitos outros, sendo “A Volta do Boêmio” seu carro-chefe.
Nelson gravou também várias composições de Herivelto Martins, como “Normalista”; “Carlos Gardel”; “A Camisola do Dia”; “Pensando em Ti”...
Foi o primeiro cantor a receber o título de “Rei do Rádio “, em concurso realizado pela “Revista do Rádio”.

Foi uma carreira vitoriosa, iniciou-a com discos em 78 rotações, foi o cantor que mais gravou LPs em sua época, inclusive (para o futuro) um que seria lançado no ano 2000.
Não viu chegar o século 21, tendo falecido em 18 de abril de 1998, sem completar 79 anos.

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