Há alguns anos, eu estava assistindo a celebração do Lava-pés, na Quinta-feira Santa, na paróquia que participo em Fortaleza. É muito significativa para a Igreja Católica essa celebração da Ceia do Senhor.
A missa do Lava-pés relembra o gesto de Jesus Cristo, que lavou os pés dos discípulos em sinal de humildade, solidariedade e igualdade entre os homens. A cerimônia lembra também, quando Jesus instituiu a Eucaristia, ao partir o pão e distribuir com os seus discípulos.
Eu estava sentada num local privilegiado, bem em frente ao altar, pois tinha sido escalada para fazer uma leitura. Dali poderia ver bem de perto a cerimônia do Lava-pés. Já tinha doze homens escolhidos com antecedência para representar os apóstolos. Anualmente são escolhidos homens conhecidos e que participam dos trabalhos da comunidade paroquial, geralmente representantes das diversas pastorais. Estavam sentados na lateral do altar, seis de cada lado. Todos vestidos com uma túnica apropriada, os pés limpos, pois o padre iria passar lavando, enxugando e beijando os pés de cada um. Quando o padre iniciou a cerimônia do Lava-pés, um mendigo entrou pela nave principal da igreja, sujo, mal vestido, com um saco preso às costas. Ele ficou em pé de frente para o altar, interessado em ver o que o padre estava fazendo. Parecia ser o mais excluído dos excluídos, tão pobre e miserável era a sua aparência. Como os lugares estivessem todos ocupados, o padre fez um sinal para que ele sentasse no batente do altar. O homem ficou atento. Pensei que o padre iria mandá-lo sair. Esse padre havia chegado à Paróquia há poucos dias e, as pessoas estavam falando que ele era antipático, pois não cumprimentava ninguém e tinha a cara muito fechada. Esse tipo de falatório ocorre sempre quando existe uma mudança de comando na direção de uma paróquia ou de qualquer organização.
Tão logo o padre terminou de lavar os pés dos homens que representavam os apóstolos, desceu o batente com a jarra de água e lavou os pés imundos daquele excluído, enxugou-os e beijou-os. O pobre homem ficou tão surpreso com esse gesto de demonstração de amor, que quis beijar o sapato do padre. Mas este não deixou.
Senti naquele momento a presença Deus, mandando um sinal para a comunidade aceitar o padre e entender que as pessoas podem ter defeitos e qualidades. Também percebi que Deus queria mandar um recado para todos nós: exercitar o amor pelos excluídos da vida. Que fazendo a nossa parte, ajudaremos a construir um mundo melhor, com mais paz e justiça para todos. Tudo isso me tocou profundamente e passei o resto da missa tentando enxugar as lágrimas que teimavam em rolar pela minha face. Para mim, foi emocionante ver o padre imitando o gesto de humildade de Cristo. Esse fato serviu de exemplo para mim e penso que para todos que estavam próximo daquele local.
Depois daquela ocorrência, muita gente que presenciou esse momento marcante passou a admirar e aceitar o padre, que com aquela atitude nos deu uma lição de como devemos exercitar a nossa humildade.
Por Magali de Figueiredo Esmeraldo
A missa do Lava-pés relembra o gesto de Jesus Cristo, que lavou os pés dos discípulos em sinal de humildade, solidariedade e igualdade entre os homens. A cerimônia lembra também, quando Jesus instituiu a Eucaristia, ao partir o pão e distribuir com os seus discípulos.
Eu estava sentada num local privilegiado, bem em frente ao altar, pois tinha sido escalada para fazer uma leitura. Dali poderia ver bem de perto a cerimônia do Lava-pés. Já tinha doze homens escolhidos com antecedência para representar os apóstolos. Anualmente são escolhidos homens conhecidos e que participam dos trabalhos da comunidade paroquial, geralmente representantes das diversas pastorais. Estavam sentados na lateral do altar, seis de cada lado. Todos vestidos com uma túnica apropriada, os pés limpos, pois o padre iria passar lavando, enxugando e beijando os pés de cada um. Quando o padre iniciou a cerimônia do Lava-pés, um mendigo entrou pela nave principal da igreja, sujo, mal vestido, com um saco preso às costas. Ele ficou em pé de frente para o altar, interessado em ver o que o padre estava fazendo. Parecia ser o mais excluído dos excluídos, tão pobre e miserável era a sua aparência. Como os lugares estivessem todos ocupados, o padre fez um sinal para que ele sentasse no batente do altar. O homem ficou atento. Pensei que o padre iria mandá-lo sair. Esse padre havia chegado à Paróquia há poucos dias e, as pessoas estavam falando que ele era antipático, pois não cumprimentava ninguém e tinha a cara muito fechada. Esse tipo de falatório ocorre sempre quando existe uma mudança de comando na direção de uma paróquia ou de qualquer organização.
Tão logo o padre terminou de lavar os pés dos homens que representavam os apóstolos, desceu o batente com a jarra de água e lavou os pés imundos daquele excluído, enxugou-os e beijou-os. O pobre homem ficou tão surpreso com esse gesto de demonstração de amor, que quis beijar o sapato do padre. Mas este não deixou.
Senti naquele momento a presença Deus, mandando um sinal para a comunidade aceitar o padre e entender que as pessoas podem ter defeitos e qualidades. Também percebi que Deus queria mandar um recado para todos nós: exercitar o amor pelos excluídos da vida. Que fazendo a nossa parte, ajudaremos a construir um mundo melhor, com mais paz e justiça para todos. Tudo isso me tocou profundamente e passei o resto da missa tentando enxugar as lágrimas que teimavam em rolar pela minha face. Para mim, foi emocionante ver o padre imitando o gesto de humildade de Cristo. Esse fato serviu de exemplo para mim e penso que para todos que estavam próximo daquele local.
Depois daquela ocorrência, muita gente que presenciou esse momento marcante passou a admirar e aceitar o padre, que com aquela atitude nos deu uma lição de como devemos exercitar a nossa humildade.
Por Magali de Figueiredo Esmeraldo
6 comentários:
Magali,
Somos conterrâneas mas não nos conhecemos muito bem, eu tinha mais aproximação com Fátima sua irmã.
Se me permite, quero lhe dizer que me emocionei com o seu texto, cheio de reflexões. Confesso que até as suas lágrimas também ficaram presente no meus olhos.
Acho você uma pessoa especial e abençoada por Deus e nos deixa entender por aqui que está sempre em busca do caminho correto. Aproveitando para levar a palavra e nos fazer evangelizar por meio dos blogs que escreve.
Está no caminho certo. Aproveite a paz que é possuidora através do seu casamento, dos filhos e da vida correta que Deus lhe deu.
Nem todos podem viver em paz como você.
Aceite o meu carinhoso abraço !
Comovente, Magali. Também fiquei tocada por este fato que você conta com tanta emoção.
Magali, você e suas lições simples e sábias... Tambem fiquei tocada pela história; pra mim cristianismo se faz assim também, como fez esse padre.
Edilma,
Muito obrigada por suas gentis palavras. Pode ficar certa que embora eu não tenha convivido com você na infância e na juventude, tenho muita simpatia por você e observo que é uma pessoa do bem. Feliz daquele que tem você como amiga!
O que mais desejo para você é muita paz e felicidades com a bênçãos de Deus.
Abraços
Magali
Ana Cecília, fiquei muito honrada por você ter lido e ficado comovida com minha história.
Abraços
Magali
Obrigada Stela, suas sinceras palavras me comovem e me incentivam.
Abraços
Magali
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