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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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domingo, 20 de junho de 2010

Vidas mal traçadas - por Norma Hauer

DANTE SANTORO
A dele foi até bem traçada, desde que nasceu em Porto Alegre-RS no dia 18 de junho de 1904.
Com apenas 15 anos veio para o Rio, com sua família, onde viveu toda sua vida artística.
Seu nome: DANTE SANTORO, compositor, maestro, formou o Regional Dante Santoro, composto de flauta, cavaquinho, pandeiro e dois violões. Os componentes, com o tempo, iam sendo substituídos, mas a regência era sempre sua

Assim, em 1934 estreou em discos, gravando , com Luperce Miranda, as valsas “Beatriz” e “Saudades de Jango” (Seria o mesmo, aquele que conhecemos anos depois, já saudoso ?). Afinal. ambos eram gaúchos.

Nesse mesmo ano, mais duas valsas, estas de sua autoria:”Hilda” e “Gilka”, que, 4 anos depois, recebeu letra de Milton Amaral e foi gravada por Vicente Celestino.

Em 1937, uma linda valsa, em parceria com Kid Pepe, foi gravada por Orlando Silva: “Lágrimas de Rosa”. O mesmo Orlando, em 1943 , gravou “”Olhos Magos”.

Em 1940 mais uma valsa com nome de mulher:”Scyla”. Seria homenagem a Scyla Gusmão, que foi sua parceira, 2 anos depois (1942) em “Olha o Jacaré” e que, em 1948, ainda fez parceria na valsa “Vidas Mal Traçadas”?

Esta valsa foi lançada em uma das mais famosas novelas do tempo áureo da Rádio Nacional : “Vidas Mal Traçadas”. Na novela, ouvia-se a voz de Carlos Galhardo, mas as gravações originais foram de Francisco Alves e Albertinho Fortuna. Galhardo só a gravou, anos depois em um LP.

Em rádio, DANTE SANTORO, estreou na Educadora, depois passou para a Vera-Cruz e em seguida para a Nacional, onde se manteve por 33 anos, sendo o responsável pelas trilhas de várias novelas, principalmente com Ghiaroni, em “Lamento Árabe”, gravada por Albertinho Fortuna . Este emprestou sua bonita voz para muitas novelas daquela rádio, mas não foi um cantor que se destacou muito, apesar de gravar, em versões, inúmeros tangos de sucesso.

Em 1953 , para o carnaval, em co-autoria com Lupicínio Rodrigues gravou talvez seu único sucesso carnavalesco:”Quando eu For Bem Velhinho”.
Eis parte da letra de "Quando Eu for Bem Velhino"

Quando eu for bem velhinho,
Bem velhinho que usar um bastão.
Eu hei de ter um netinho, ah !
P’ra me levar pela mão.

Que ilusão!!! Os netinhos hoje levam seus vovozinhos para o asilo mais perto ou talvez bem longe.

Isso se seus “vovozinhos” não estiverem “sassaricando” aproveitando a chance de viajar de ônibus, barca ou metrô, sem pagar. Eu sou uma “vovózinha” assim.

Em 1954 Dante Santoro mudou de gravadora, passando para a Sinter, onde gravou seu último disco, em 1956, ainda em 78 rotações, com “Mate Amargo” e “Posso Sofrer”.

Daí afastou-se, gradativamente, do meio musical vindo a falecer, aqui no Rio, em 12 de agosto de 1969, aos 65 anos.

Norma

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