Quando um mestre se pronuncia tudo se aquieta. O sol do final de tarde torna-se mais brilhante. Aquele passarinho na mangueira do quintal canta mais bonito e altaneiro. O vento, quase sempre irritante, vira brisa suave. E a noite desce sem pressa e sem aquele breu assustador.
Esta foi a sensação que se apoderou de mim e, com certeza, de todos os que estavam comigo – Salatiel, Zé Flávio e Reginaldo – na visita ao mestre Luiz Karimai.
Foi neste final de tarde de feriado de Corpus Christi. Salatiel me ligou convidando pra visitar Luiz Karimai, que anda um pouco adoentado (ah, essas intempéries da vida).
Fomos, pois, no carro de Zé Flávio. Destino: rua João Henrique Brasileiro, 596, Tiradentes, Juazeiro do Norte. Lá mora um mestre. Ou melhor, o mestre Karimai. Lá funciona o seu ateliê de vida e de sabedoria. “Lá o Tsé manifesta”. Lá o tempo pára esperando que a pressa se canse. O tempo é uma ampulheta nas mãos do mestre.
Salatiel levou umas oferendas: uma camiseta da copa e um estojo de lápis colorido. Zé Flávio, como um bom mecenas, escolheu “dois karimais”, retirando-os da parede como quem pega, naturalmente, dois pacotes de arroz integral da prateleira. Eu tentei fechar os olhos pra tão-somente ouvir o mestre falando.
Karimai falou mas falou sem pressa, pausadamente e com o coração latente. O cérebro do “japinha” é genial, como bem observou Zé Flávio, já na volta. Quem pouco falou foi Reginaldo (mas esse é discípulo e discípulo pouco fala).
Esta bela foto de Karimai é de Luiz Salatiel
4 comentários:
Estivemos na casa de Zé Flávio , nesse momento da visita de vocês à Karimai.Fomos recebidos , simpaticamente por Fabiana.
Karimai foi lembrado com a devoção que ele merece !
Eu não queria menosprezar o meste. Afinal ele foi o motivo. Mas como gostaria de estar neste mesmo carro, na companhia desta turma.
Karimai,
Pintor surealista, oriental radicado em Juazeiro, o conheci no Crato ministrando aulas de pintura.E em outras oportunidades em Fortaleza.
Dono de um colorido rico nos detalhes do seu desenho.
A turma da visita e ao Karimai,
O meu abraço!
Socorro que estava lá mesmo sem estar
Zé que queria uma carona neste magical mistery Car
Edilma que conhece o mestre pela ótica do pincel comum
Olé!!!
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