Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Voltar
- Claude Bloc -
Voltar sempre traz uma mistura imensa de sentimentos. Lembranças vão se misturando e formando uma massa densa de emoções. O peito vira um torvelinho. As mãos gelam. A gente sente até um friozinho na barriga, como se naquele momento fosse encontrar uma pessoa querida que não vê há muito tempo.
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É esta a sensação que tento passar a cada vez que vou praquelas bandas da Serra Verde. Não me refiro apenas à fazenda em si, mas tudo o que vivo até chegar lá, desde o começo do trajeto quando, aos poucos uma fogueira vai se acendendo e enchendo minha alma de euforia. É, deveras, uma vibração infantil. Deixo o tempo de lado e me deleito permitindo toda essa revolução que me aquece e vai me invadindo de mansinho sem trégua... Vou deixando igualmente a sensibilidade fluir e tomar conta de tudo em mim. Puro bálsamo.
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Os cenários mesmo com o tempo, ainda guardam pedaços preciosos dessa história que vou tentando (re)colher e resgatar. Casas "do tempo do ronca" pela beira da estrada mantendo os mesmos costumes, como se a vida por lá passase sempre devagar, esperando a minha volta, meu olhar de saudade.
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Depois de Ponta da Serra, um marco estratégico: D. Quintino que antes se chamava S. Sebastião. Lá tenho muitos amigos. Grande parte são ex-moradores de Serra Verde. Migraram por falta de apoio à sua labuta e pela falta que Seu Hubert Bloc Boris deixou em todos eles, tanto no trato como no carinho que lhes dedicava.
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De D. Quintino pra frente, uns 6 km de estrada de terra. Há muitas lembranças semeadas naquele percurso e no famigerado Alto do Caboclo com suas ladeiras íngremes e pedregosas. Tem inclusive uma lembrança que sempre me vem. Certa feita, fui à Serra Verde com Seu Pedro Libório e família. O carro era um DKV Vemag (perdoem-me pela grafia, não lembro como se escrevia). Na subida do Alto do Caboclo, o carro deslisava nos pedregulhos com o peso da gente. Não sei se ele tinha tração nas 4 rodas, mas o "bicho" não subia. Ora, Seu Pedro não quis nem conversa. Para não forçar o motor do carro, mandou todo mundo subir a ladeira a pé e lá em cima todos voltaram para o carro, seguindo, enfim, pra Serra Verde.
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Esta é uma das lembranças. Mas tem muita coisa mais. Inclusive os passeios a cavalo com os Saraiva e com meus primos. A gente ia para D. Quintino tomar refrigerante. Tinha até concurso pra ver quem terminava primeiro aquelas CocaColas nas garrafinhas que já existiam antigamente. Eu ganhava todas para ficar apreciando os outros no final do esforço, tomando o restinho da bebida e eu exibindo uma segunda garrafa cheinha, a qual ia descendo com muita parcimônia.
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Bom, todo isto faz parte do arsenal de evocações. Se for puxar, sai um livro inteiro.


Entrada de D. Quintino

Casa na Bréa


Casa na Bréa, quase chegando em D. Quintino

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Nas imediações de Ponta da Serra


Claude Bloc
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2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Ainda guardo na memória nossas calvagadas, não esqueço o dia em que entrei em Todos os Santos esquipado a minha motaria e depois o cavalo foi vendido por este feito. O curioso foi que o cavalo só esquipou aquela vez.