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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ajuda humanitária - Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

É bom saber que a humanidade, apesar de todos os problemas como violência, individualismo, fome, miséria, drogas e muitas outras mazelas, não está perdida. A esperança no ser humano nos anima a acreditar que o mundo pode ser transformado através do amor. A solidariedade das pessoas neste momento de grande sofrimento dos moradores das cidades de Alagoas e de Pernambuco, vítimas das enchentes, que perderam além de familiares, tudo que adquiriram durante toda uma vida de trabalho, é sinal da presença de Deus no coração humano. Deus está sempre presente na vida dos sofredores e oprimidos.

Quando um fariseu perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da Lei, Jesus respondeu: “Ame ao Senhor seu Deus com todo seu coração, com toda a sua alma e com todo seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.” (Mt 22, 34-40). Os fariseus estavam questionando sobre leis, deveres e obrigações. Jesus respondeu falando de amor. Sabemos que o amor não é obrigação, é sentimento que nasce do coração e gera satisfação pessoal. Na época de Jesus, o povo judeu estava subjugado a mais de 600 leis, das quais 365 eram proibições. Era um fardo pesadíssimo que nem os próprios sacerdotes cumpriam. Jesus queria que os fariseus entendessem que o ser humano deve trocar a lei opressora pelo amor e em conseqüência a obrigação pela satisfação. Ele desejava que os fariseus compreendessem que além de amar e entregar a nossa vida a Deus, nós devemos amar ao próximo como a nós mesmo. Se amarmos a Deus com total entrega, também nos entregaremos àqueles que são a sua imagem e semelhança. É no momento dessa tragédia, que ocorreu com os moradores de algumas cidades de Alagoas e Pernambuco, que devemos refletir sobre o exercício da solidariedade, que é o amor que Jesus nos mostrou através desses dois mandamentos citados acima.

Muito me sensibilizei ao assistir o noticiário e ouvir uma menina de três anos nos braços do pai, dizendo ao repórter: “eu quero a minha casinha”. Sabemos que o governo já tomou as primeiras medidas para reconstruir as cidades e a vida daquelas pessoas, mas cada brasileiro pode fazer a sua parte.

É animador saber que todo o Brasil está se unindo para ajudar as pessoas desabrigadas por tão grande tragédia. Quando o ser humano se liberta do egoísmo, acontece o milagre da abundância. Ninguém morre de fome por ajudar a matar a fome de alguém. Ao contrário, a sabedoria popular diz que quando nos doamos a alguém, recebemos em dobro, embora não devamos fazer a caridade pensando em receber algo em troca. Como diz o Evangelho segundo Mateus: “Quanto a ti, ao dares esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a direita, a fim de que tua esmola fique no segredo; e teu pai, que vê no segredo te retribuirá.” (3,6-4).

Quando nos dispomos a ajudar alguém sentimos o nosso coração leve pela alegria de servir. Por isso vamos nos dirigir ao um posto de coleta da nossa cidade, e doar com o coração o que podermos partilhar. Não importa a quantidade, até um quilo de alimento serve. O importante é que a “união faz a força”, e o pouco se torna muito quando é ofertado com amor.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

2 comentários:

Ana (Ballet de Palavras) disse...

Sublime ... o texto de "Ajuda Humanitária" de Magali Esmeraldo onde caracteres desfilam emoções sentidas perante o nosso olhar.

Todos os dias sofrem, morrem pessoas … é a lei natural da vida.

Mas quando sofrem e, morrem muitas pessoas de uma só vez e, em condições tão aparatosas e, aterradoras … a razão humana se fere, dilacera, rasga e, se questiona porque assim acontece?!

Desejo que o exemplo de quem ajuda um sobrevivente ao minimizar o seu sofrimento seja um estimulo e, um toque em outros corações no acordar para o que verdadeiramente é importante na nossa vida. O dever de colmatar ou, minimizar o sofrimento do nosso semelhante … a obrigatoriedade e, direito de sermos felizes e, fazermos os outros felizes na nossa curta ou extensiva vivência.

Ana

Anônimo disse...

Ana,

Foi muito importante para mim suas palavras, que serviram para complementar o meu texto.
Obrigada pelo comentário e pelo incentivo.

Um abraço

Magali