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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AVE DE RAPINA - Marcos Barreto de Melo

Como ave de rapina
Você chegou sorrateiro
Naquela madrugada fria
Sem estrela e sem luar
E o dia nasceu cinzento
Sem ter o sol a brilhar

Veio trazendo na bagagem
Dias de amargo sabor
E noites de escuridão
Com o seu jeito indigesto
Marcado por cada gesto
Ao nascer de um novo dia

Ainda tentou me envolver
Com um aceno de paz
Querendo me alegrar
Mas, eu não acreditei
Pois conheço o teu passado
Sei de tudo que é capaz

Ao passar de cada dia
Você foi se revelando
Demonstrando a sua ira
E num gesto traiçoeiro
Num momento de descuido
Colheu tudo o que queria

Não sei se foi por maldade
Ou mesmo por vaidade
De quem procura um troféu
Para exibir lá no céu
Você levou minha prenda
E por isso eu te detesto
Deixando aqui meu protesto
Maldito mês de agosto


Marcos Barreto de Melo

6 comentários:

Aloísio disse...

Marcos,

É bom vê-lo retornar com novas postagens.
Sua poesia me deixou bastante comovido, pois sei o que representou o mês de agosto na tua vida.
Força amigo

Abraços
Aloísio

socorro moreira disse...

Dezembro vai chegando...
"O tempo não para"...
Até a saudade vai ficando próxima e suave.

Edilma disse...

Marcos,

Muito bem escrita
a sua poesia.
Parabéns !

Liduina Belchior disse...

Marcos,

Gostei da poesia pois me identifiquei bastante.Acabo de passar por algo parecido.

Abraços e parabéns: Liduina.

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Marcos é original no seu agosto maldito. Mas tem um sabor de memória, pelo menos a minha: como uma das estrofes da letra de teresinha de Chico: O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e, assustada, eu disse não.

Mas repito, o Ave de Rapina de Marcos Barreto é deste poemas que se acha pela primeira vez.

Marcos Barreto de Melo disse...

Muito grato a todos pelos comentários e pelo incentivo.
Cordial abraço,

Marcos