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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Por que somos tão desprezados como professores?"

Faça uma enquete, professor: quantos dos seus alunos pretendem se dedicar ao magistério?


Por Fábio dos Santos*

"Peraí, nada de desânimo, caro colega, cada um pensa o que bem quiser, somos ou não donos de um país livre?", disse o professor de Matemática, Carlos, dirigindo-se à professora de Biologia, Cláudia. Eu apurei os ouvidos. Estávamos no intervalo. De todos naquela sala, eu era o mais jovem e novato professor. "Não se trata de uma apologia contra o magistério", continuou, sempre incisivo. "Mas, que dá vontade de largar tudo de uma vez, isso ninguém pode negar."

"Então, por que somos tão desprezados como professores?", queixou-se Cláudia. E a questão pairou no ar.

Dentro da sala de aula, os alunos percebem o que se passa com o professor a cada dia. Eles se inteiram de tudo, graças à velocidade das e ao acesso fácil às informações. O que é mais prático aprender: o quanto é investido na educação, por exemplo, ou na segurança etc. ou funções, equações de 2º grau, polinômios? Como alunos, chega até ser irritante o quanto somos obrigados a ver um assunto que nunca utilizaremos em nossas vidas. Por isso o desinteresse de Afonsinho ou de Joãozinho por determinadas matérias
.
Em detrimento às dificuldades apresentadas por algumas disciplinas, ouvimos das bocas rasas dos alunos uma aversão exacerbada pela profissão de professor. Quer ver: faça uma enquete, caro colega, em sala de aula, sem compromisso, e conte quantos alunos sonham em ser professor. Não desanime nem faça muxoxos com o resultado se as profissões campeãs forem na área jurídica ou médica. O sistema é bruto, todos nós sabemos. O que não justifica cochichar pelos cantos, reclamar feito louco, passando-se por coitado, sem ao menos tomar uma atitude.

Quando era aluno do fundamental, me perguntaram o que eu gostaria de ser. Imaginem a profissão! Escritor. E olha o que me tornei: professor. Desanimar? Nunca. Mas fica aquela sensação de que quem não tem talento ou dom para fazer qualquer outra coisa na vida se não lecionar estará condenado a sonhar pequeno.


(*) É poeta e professor de Literatura e Língua Portuguesa da Escola Estadual Dr. Edson dos Santos Bernardes, que fica no bairro do Vergel, Maceió-Alagoas.

Fonte de Pesquisa: 
http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/21/retratos-158393-1.asp

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