Labirinto
- Claude Bloc -
Muitas vezes andamos distraídos pela rua. À toa. Olhamos para o nada. Nosso olhar está vazio. Nossas venezianas se fecham, se abrem. Nada nos toca.
Depois, observamos que isso não é só conosco. Que as outras pessoas também, muitas e muitas vezes, já nem se olham. São apenas passageiros/as do tempo que perambulam pela vida, deixando que as horas se escoem por aqui, por ali, inconsequente.
Outras vezes, percebemos que já não se distingue mais, entre todas as pessoas, aquela velha sintonia entre amigos... Aquela que havia antigamente e que nos levava ao deleite por meio de uma boa conversa... Seguem torpedos, voltam e-mails e as pessoas varam noites teclando, usando para se comunicar uma maneira mais segura e menos trabalhosa.
E é aí que sentimos que a cada vez que falhamos, a nossa alma se encolhe, certamente triste diante de tanta precariedade, e em vez de vibrar e se expandir, perde-se num imenso labirinto vazio e seguro de emoções.
Claude Bloc
2 comentários:
Linda foto, Claude! combinou com a música que está passando nesse momento na Rádio Chapada do Araripe, de duas guitarras, bem calma, introspectiva...
Abraço,
DM
As imagens, a música e a poesia, vivem em constante acasalamento...
Como se chama essa música de que fala? Adoro música de instrumentos de corda.
Abraço,
Claude
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